Mundo Negro

Filhos de Gandhy, tradicional Afoxé da Bahia, exclui homens trans da associação e gera críticas de transfobia

Foto: Diogenes Neghet

Em um comunicado que tem sido divulgado pelos noticiários da Bahia, o Afoxé Filhos de Gandhy decidiu excluir homens trans, restringindo o ingresso na associação apenas a pessoas do sexo masculino cisgênero. A medida foi anunciada oficialmente pela organização e levantou críticas da comunidade LGBTQIA+, que denunciou a transfobia. 

“De acordo com o artigo 5º do Estatuto Social, só poderão ingressar na associação pessoas do sexo masculino cisgênero. Por isso a venda do passaporte será apenas para esse público”, diz o último critério do Termo de Aceite do afoxé, junto com os itens de fantasia para o desfile de 2025. 

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Segundo o Dois Terços, site de notícias LGBTQIA+ da Bahia, eles entraram em contato com o presidente do grupo carnavalesco Gilsoney de Oliveira. “Em resposta, [ele] afirmou que ‘não tinha nada a declarar’ e que a matéria poderia ser publicada, já que não haveria nenhuma alteração no comunicado”, informou o veículo. 

Foto: Reprodução

No perfil do Instagram do Afoxé Filhos de Gandhy, comentários de repúdio estão ganhando força. É inadmissível que, em pleno 2025, um bloco com tanta história e representatividade como os Filhos de Gandhy pratique transfobia ao excluir homens trans. A justificativa de ‘tradição’ não pode ser usada para violar direitos e desrespeitar identidades. Ogum, o Orixá homenageado esse ano, é um guerreiro da justiça – e a justiça não compactua com discriminação. A cultura afro-brasileira sempre foi resistência, e resistência inclui TODAS as identidades. Excluir homens trans é desonrar os princípios de igualdade e respeito. E TRANSFOBIA É CRIME!”, escreveu um internauta. 

O Mundo Negro também entrou em contato com o Afoxé Filhos de Gandhy, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.

Considerado o maior afoxé do mundo, o Afoxé Filhos de Gandhy é um grupo carnavalesco e cultural brasileiro que foi fundado em 1949 por estivadores portuários de Salvador. Um dos mais tradicionais da Bahia, é conhecido pela valorização da cultura e da identidade negra do estado.

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