Nesta temporada de premiações você provavelmente vai ouvir falar de Da’Vine Joy Randolph, a atriz norte-americana de 37 anos que está conquistando diversos reconhecimentos ao redor do mundo por sua atuação no filme ‘Os Rejeitados’. Com estreia prevista para 2024 no Brasil, o longa segue a desventura de um professor mal-humorado de uma prestigiada escola no ano de 1970, forçado a permanecer no campus para cuidar do grupo de alunos que não tem para onde ir durante as férias de Natal. Ele acaba criando um vínculo improvável com Mary Lamb, a cozinheira chefe da escola, interpretada por Da’Vine, que naquele momento tinha acabado de perder um filho no Vietnã.
Até o momento, Da’Vine ganhou uma indicação ao Globo de Ouro por seu papel em ‘Os Rejeitados’, além de uma vitória importante como ‘Atriz Coadjuvante’ no National Board Of Review e diversas indicações em outros prêmios. Os feitos colocam a estrela como favorita na corrida pelo Oscar. O ponto alto de sua atuação é a maneira como ela lida com o luto. “Tomei desde cedo a decisão de mostrar todas as fases do luto do início ao fim. Eu queria que Mary passasse por todos eles porque, quando o filme começa, ela ainda tem cerca de dois ou três meses de ter sobrevivido ao filho. É muito cru. Esse foi como meu posto de orientação“, disse Da’Vine para o Los Angeles Times.
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“Você tem que entender quem está conversando com ela no dia a dia como uma mulher negra no final dos anos 1960 e início dos anos 70 em uma escola preparatória elitista, totalmente branca, para meninos. É muito solitário, é muito banal. Ela é a rainha do castelo na cozinha entre as outras mulheres, mas não consigo imaginar que haja alguma conversa realmente estimulante acontecendo“, continua.
Apesar do burburinho em torno do Oscar, Da’Vine diz que não quer pensar muito sobre isso no momento, mas não deixa de ter esperanças em torno da requisitada indicação ao prêmio mais importante do cinema. “É muito estranho para mim. Eu realmente não sei, para ser honesta. Eu me sinto um pouco como uma adolescente estranha. Eu realmente não sei como lidar com isso. Eu disse à minha equipe: ‘Não quero saber o dia em que votarão. Não quero saber o dia em que descobriremos. Só quero acordar de manhã e aconteça o que acontecer, aconteça’. Esta indústria é tão bonita, mas também é uma enorme mistura de sorte, acaso, timing e oportunidade“, disse Da’Vine. “É tão difícil e pouco confiável basear o sucesso em prêmios. Então eu não faço isso por isso. Faço isso por contar as histórias dessas mulheres que provavelmente não teriam a oportunidade de ter suas histórias ouvidas de outra forma. E tento fazer isso com alto nível de qualidade porque isso é importante para mim, especialmente como minoria e como mulher“.