No dia 12 de novembro, o Planetário de Brasília será palco da abertura da exposição “Astrofísica dos Corpos Negros“, evento que destaca a trajetória de astrofísicos(as) negros(as) brasileiros(as) e promove discussões sobre representatividade científica. A mostra estará aberta ao público a partir do dia 13 e, em paralelo, uma versão virtual será lançada durante a Semana Nacional de Ciência, acessível pelo site da iniciativa.
A exposição, ilustrada pelo artista Camilo Martins, foi idealizada pela pesquisadora Eliade Lima, em colaboração com Oscar dos Santos Borba e Liandra Ramos, da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), Alan Alves Brito, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e Rita de Cassia dos Anjos, da Universidade Federal do Paraná (UFPR). O projeto apresenta temas astrofísicos que abordam desde o surgimento de estrelas até elementos fundamentais da natureza, além de destacar atravessamentos sociais que influenciam o acesso à ciência.
“A ideia surgiu a partir de um artigo do professor Alan Alves Brito sobre corpos negros e questões étnico-raciais, gênero e suas interseções na Física e Astronomia brasileiras,” explicou Eliade Lima. Segundo a pesquisadora, o artigo discutia o conceito de “corpos negros” na Física do século XIX e questões ligadas ao racismo científico e à baixa representatividade de pesquisadores negros no Brasil. “Nosso objetivo é mostrar a Astrofísica estudada por ‘corpos negros’ e trazer mais crianças e adolescentes negros para a ciência brasileira,” afirma.
Com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a mostra conta com conteúdos textuais e audiovisuais interativos, com foco em estudantes de escolas públicas e no público em geral. O projeto visa conscientizar sobre desigualdades étnico-raciais e de gênero na ciência e incentivar jovens cientistas negros(as) ao apresentar tópicos como nebulosas, aglomerados estelares e raios cósmicos sob a perspectiva de astrofísicos(as) negros(as) brasileiros(as).