Mundo Negro

Executiva de Gana é eleita a pessoa negra mais influente do Reino Unido; um grito da excelência global e o espelho para o Brasil

Foto: Sane Seven

A recente consagração da ganense Afua Kyei, CFO do Bank of England, como a pessoa negra mais influente do Reino Unido em 2026, sinaliza um marco de redefinição de poder na alta finança mundial. A profissional comanda a responsabilidade pela governança financeira de um balanço de £1 trilhão, refletindo o alto nível de impacto e a confiança depositada em sua expertise.

Esses cases de sucesso não são isolados, mas parte de uma constelação de mulheres negras africanas que atuam em posições C-Level e de alto impacto global.

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O comando exercido por essas líderes transcende fronteiras e setores, comprovando a excelência e a capacidade de gerir grandes organizações:

Seus nomes nestas posições simbolizam algo óbvio: mulheres negras estão prontas para assumir o comando das rédeas financeiras de sistemas de alto impacto, assim como outras cadeiras de alta liderança, competindo e vencendo em escala global.

Diante destes cases, o Brasil é convidado a confrontar a sua própria realidade, revelada por levantamentos recentes no Valor Econômico:

Esta discrepância é um grito de alarme estrutural. Não se trata apenas de estatísticas; trata-se de um “teto de vidro” espesso, que barra a visibilidade e o crucial merecido acesso para carreiras de mulheres negras. A mulher negra brasileira possui uma expertise intrínseca em resiliência, adaptabilidade e gestão de crise, competências que são citadas como essenciais para a liderança corporativa moderna. No entanto, ela segue enfrentando um sistema que, por inércia ou intencional recusa, não enxerga, aceita ou investe em seu potencial.

O que Afua Kyei e o rol de líderes africanas demonstram é que o talento existe em abundância; o que falta no Brasil são as pontes estruturadas. É nesse contexto que iniciativas como o Instituto Conselheira 101 (C101) se tornam fundamentais e transformadoras, atuando como um catalisador para que mulheres negras e indígenas alcancem cadeiras em comitês e conselhos de administração.

A cada executiva negra que ocupa uma cadeira estratégica, não apenas se estabelece um precedente; reorganizam-se as possibilidades para as novas gerações. A presença delas legitima a ambição e prova que competência e pluralidade são forças complementares que geram inovação e governança mais robusta.

O desafio brasileiro, hoje, não é mais de provar competência, ela já está dada e constatada em trajetórias internacionais e nacionais. É de construir redes de influência e abrir as portas dos conselhos e das cadeiras de alta liderança para refletir a verdadeira potência do maior grupo demográfico do país.

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