Ex-jogadora de vôlei atacou dois trabalhadores em São Conrado, Zona Sul do Rio, e cumprirá pena em regime aberto
A Justiça do Rio de Janeiro condenou a ex-jogadora de vôlei e nutricionista Sandra Mathias Correia de Sá pelos crimes de racismo, injúria racial e lesão corporal. Ela agrediu dois entregadores em abril de 2023, em São Conrado, Zona Sul da cidade, utilizando uma coleira de cachorro para chicotear um deles e mordendo a perna de uma entregadora durante os ataques.
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A decisão foi proferida pela 40ª Vara Criminal do Rio. Somadas, as penas chegam a 4 anos de reclusão, 4 meses e 20 dias de detenção, além de 30 dias-multa. Apesar da gravidade das agressões, Sandra cumprirá a pena em regime aberto, por ser ré primária e por as penas individuais não ultrapassarem os quatro anos, condições previstas pelo Código Penal para esse tipo de cumprimento.
O regime aberto permite que a pessoa condenada cumpra sua pena em liberdade, com algumas restrições como manter vínculo com trabalho ou estudo e se apresentar periodicamente à Justiça. A juíza responsável pelo caso negou a substituição da pena por medidas alternativas, considerando que as agressões ultrapassaram o limite permitido para esse tipo de benefício.
“Parecia que ela estava chicoteando um escravo”
As agressões ocorreram em frente a uma base de entregas na Estrada da Gávea, próximo à residência de Sandra. As cenas foram registradas em vídeo e causaram ampla comoção. Max Ângelo dos Santos, uma das vítimas, relatou que foi chamado de “preto favelado” durante o ataque, e comparou a violência sofrida a um “chicoteamento de escravo que não fez o serviço direito”.
A defesa das vítimas afirma que a decisão foi um passo importante, mas que a justiça ainda não está completa. O advogado Joab Gama destacou que a sentença pode ser contestada por meio de recursos em instâncias superiores, o que costuma beneficiar pessoas com maior poder aquisitivo. Ele também reforçou que a responsabilização na esfera cível ainda está pendente, e é necessária uma reparação compatível com os danos sofridos.
Prisciany Sousa, representante de uma das vítimas, reforçou a importância da condenação por racismo, e não apenas por injúria racial, como um gesto pedagógico e necessário para a sociedade. “Isso é fundamental não só pela gravidade da conduta, mas também como instrumento pedagógico para a sociedade”, afirmou.
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