Gustavo Metropolo, ex-aluno da Fundação Getúlio Vargas (FGV), foi novamente condenado por injúria racial em relação ao caso em que ele se referiu a um aluno negro como “escravo”. Essa é a terceira condenação do ex-aluno por racismo. No processo administrativo contra ele, que tramita na comissão especial contra discriminação racial da Secretaria de Justiça do Estado de São Paulo, Gustavo foi condenado a pagar uma indenização atualizada de 100 mil reais.
O processo foi aberto pelo Programa de Justiça Racial do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT) que faz o acompanhamento jurídico do caso. Além desse processo, o ex-aluno também já tinha sido condenado na esfera criminal a 2 anos e 4 meses de prisão em regime aberto, mas foi substituído por serviços à comunidade. Ele também foi condenado em 2022 na esfera cível, sendo obrigado a pagar uma indenização de 44 mil reais.
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Daniel Bento Teixeira, diretor executivo da CEERT e advogado do caso, disse que o processo é um passo importante para a justiça racial. “O racismo impacta diferentes dimensões de nossas vidas e gera repercussões em esferas de responsabilização jurídica distintas. É necessário que a atuação em Justiça Racial considere essas responsabilizações para que a população negra possa exercer plenamente o acesso à justiça”, destacou o advogado.
Gustavo Metropolo ainda pode recorrer sobre a decisão, mas ele já recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Daniel acredita que não há chances da decisão mudar. “Já tivemos decisão em segunda instância que confirmou o crime e majorou a pena. A terceira instância é excepcional, o que reduz bastante qualquer mudança no teor da decisão. Mas vamos enfrentar os recursos que já foram interpostos e qualquer novo recurso que ele deve interpor, agora, também perante a Secretaria de Justiça”, disse o diretor da CEERT.
Em 2017, Gustavo Metropolo, até então aluno da FGV, tirou uma foto de outro aluno negro, João Gilberto Pereira Lima, e escreveu “Achei esse escravo no fumódromo. Quem for o dono avisa!”. Após o boletim de ocorrência e a repercussão do caso, ele disse que não tinha sido autor da mensagem. Ele também foi suspenso e se transferiu da universidade.