Neste Dia Nacional do Samba, 2 de dezembro, um evento gratuito homenageia a grande Clementina de Jesus. A partir das 16h, “Rainha Ginga: 60 anos de glórias” iniciará a programação na Praça Angel Ramires (Bar Pequena Glória), na Vila Mariana, capital paulista, com a inauguração de um grafite com a temática da cantora. A obra vai ocupar um muro de mais de cem metros quadrados, e é assinada por Mateus Bailon e Carolina Murayam.
Em seguida, tem início, também na praça, a projeção do documentário “Clementina“. O filme, elogiado pela crítica, traz depoimentos de Alcione, Nelson Sargento, Hermínio Bello de Carvalho e Ney Lopes. Em 2018 a obra participou da Mostra Internacional de Cinema em São Paulo e do Festival do Rio.
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Às 18h00 entra em cena a Batucada das Pretas, grupo de samba liderado por mulheres da Zona Leste de São Paulo. Além de participar de eventos beneficentes e arrecadações de cunho social para as comunidades em que atuam, o grupo fortalece junto à sociedade a discussão sobre a violência contra a mulher e o machismo que persiste no mundo do samba, onde os homens ainda são protagonistas: “Precisamos fazer o debate e o fortalecimento das poucas mulheres artistas que estão à frente dos palcos e das rodas de sambas, principalmente em relação às mulheres pretas”.
Em 2023 completam-se seis décadas que Clementina de Jesus foi avistada na Taberna da Glória (RJ) pelo então jovem Hermínio Bello de Carvalho, que a levaria para o mundo ao participar de grandes shows e da gravação de discos aclamados pelo público e pela crítica,
fazendo da quituteira natural de Valença um dos nomes mais representativos da música brasileira e da ancestralidade presente no samba. Ainda que tardia, sua vida artística foi intensa. Teve a sorte de ser reverenciada em vida por nomes como Pixinguinha, João da
Baiana, Cartola, Dona Ivone Lara, Martinho da Vila, Adoniran Barbosa, Clara Nunes, Beth Carvalho, Gilberto Gil e Maria Bethania. Rainha Ginga ou Quelé, como ficou conhecida, faleceu em 1987. Hoje, ela teria 122 anos.
Interessante observar a congruência das histórias relacionadas ao nome Glória. O fatídico encontro entre Clementina e Hermínio, como citado, ocorreu no bairro da Glória, na Taberna da Glória. E a praça escolhida para o evento em São Paulo foi revitalizada pelo bar
Pequena Glória, que é também parceiro na realização do evento.
A iniciativa é uma realização independente do selo cultural, Em Nome do Samba, que reaizam ações voltadas à memória e à valorização do samba.
Programação completa:
Rainha Ginga: 60 anos de Glórias
02/12, a partir das 16h00
Onde
Praça Angel Ramires (Bar Pequena Glória – R. Dr. Nicolau de Sousa Queirós, 520 – Vila Mariana)
16h00 / Inauguração de grafite (muro de 100 metros quadrados)
Mateus Bailon https://www.mateusbailon.art/
Carolina Murayama https://carolmurayama.com/
16h30 / Cinema na Praça
Projeção do documentário “Clementina” (Ana Rieper, 2018, 75 min.)
18h00 – 21h30 / Roda de Samba
Batuca das Pretas https://www.instagram.com/batucadadaspretassp/