Um evento de cultura geek realizado no último domingo (17) na Praça da Liberdade, localizada no Centro de São Paulo, causou polêmica ao montar seu palco encostado na escultura de Deolinda Madre, conhecida como Madrinha Eunice. O ato gerou protestos por parte de integrantes do Movimento Negro, que acusaram o evento pela falta de respeito e preservação da obra.
A escultura de Madrinha Eunice foi instalada em abril do ano passado como parte de um projeto do Departamento do Patrimônio Histórico da cidade, que buscava homenagear personalidades negras da cultura paulistana. No entanto, o evento geek, apoiado pela Subprefeitura da Sé e pelo Metrô, decidiu montar seu palco encostado na estátua, desencadeando uma série de críticas de movimentos organizados e nas redes sociais.
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Segundo informações apuradas pela TV Globo, o evento foi encerrado após um grupo de pessoas protestar no local, reivindicando o respeito à memória de Madrinha Eunice e a preservação do patrimônio público. A Subprefeitura Sé explicou que autorizou o evento de acordo com regulamentos vigentes e que o evento possuía Alvará de Autorização para Evento Temporário emitido pela Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento (SMUL).
A Secretaria Municipal de Cultura também emitiu uma nota, indicando que o caso está sendo investigado para aplicação de medidas cabíveis e destacando o episódio como um desrespeito à memória da sambista Madrinha Eunice.
A São Paulo Turismo se pronunciou por meio de nota, esclarecendo que “foi contratada para apoiar a infraestrutura do Festival de Cultura Geek e participou somente da montagem, cumprindo as determinações do contratante.” A empresa ressaltou que a localização exata do palco foi definida pelo promotor do evento e que todos os cuidados foram tomados para garantir a preservação do patrimônio público.
A União das Escolas de Samba Paulistanas (Uesp) se manifestou em nota, expressando sua tristeza e indignação com o ocorrido, destacando a importância de Madrinha Eunice para a cultura popular. A entidade solicitou explicações à Subprefeitura da Sé e à Associação Brasil Nippo sobre o descaso com a estátua de Madrinha Eunice.
Madrinha Eunice, cujo nome verdadeiro era Deolinda Madre, teve um papel fundamental na história da cultura paulistana, fundando uma das primeiras escolas de samba de São Paulo, a Lavapés, na década de 30, no bairro do Glicério, também no Centro da cidade. A escola conquistou sete títulos no Grupo Especial nas décadas de 1950 e 1960, sendo atualmente liderada pelo ator Aílton Graça.
Com informações do G1