Um levantamento realizado pela ONG Todos Pela Educação com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou que o número de estudantes pretos e pardos que estão matriculados no ensino médio está dez anos atrasado em comparação aos alunos brancos.
De acordo com matéria veiculada no Jornal Nacional, na última terça, 30, a ONG identificou que o número de estudantes pretos e pardos matriculados no ensino médio no ano passado é igual ao número de alunos brancos matriculados há dez anos. Os números mostram que existem dez anos de atraso entre eles.
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No levantamento foram considerados adolescentes de 15 a 17 anos que frequentam ou já concluíram o ensino médio. Os dados também mostram que a cada 10 jovens pretos de 19 anos no Brasil, apenas seis concluíram o ensino médio.
Segundo o G1, mesmo que o número de estudantes pretos no ensino médio tenha dobrado nos últimos dez anos na faixa etária, antes 3 em cada 10 jovens se formavam, a diferença em relação aos brancos da mesma idade ainda é significativa.
Entre jovens pardos, em 2021, de 10 jovens, apenas 4 tinham ensino médio completo. Em 2022 esse número evoluiu para seis em cada 10.
O estudo também aponta que só em 2022, os indicadores conquistados pelos jovens pretos e pardos atingiram níveis semelhantes aos que estudantes brancos tinham há dez anos. Essa diferença sinaliza não só o abismo na conclusão do ensino médio, mas é gerada desde o início desta fase escolar.
Em 2021, uma pesquisa apresentada pelo Datafolha apontou que 43% dos estudantes negros da rede pública de educação básica corriam risco de abandonar os estudos por causa da pandemia. Um percentual que atinge apenas 35% dos alunos brancos.
A falta de acesso a recursos e condições mínimas de estrutura são fatores que prejudicam a população negra jovem de acessar e se manter nas escolas e a pandemia é outro fator que pode ter agravado esse cenário.