O ator angolano, Miguel António Kalahary, conhecido por “Blood“, decidiu criar um espetáculo a partir dos poemas de António Agostinho Neto. Miguel faz parte de um grupo de pesquisa de poemas de autores brasileiros, entre eles Carlos Drummond de Andrade e Vinícius de Moraes, tomou para si o desafio de trabalhar com poesia angolana. A peça está em cartaz no espaço Terreiro Contemporâneo, na Rua Carlos de Carvalho, n° 53 – Centro, Rio de Janeiro.
Após a seleção dos poemas, convidou o diretor Gatto Larsen, que dirigiu a peça com o proposito de fazer algo diferente de um simples recital de poesias, criando pequenas cenas, todas em preto e branco, algumas estritamente corporais que dialogam com o teatro físico, outras que poderiam ser recortes de sequências de filmes e se utilizando dos parcos recursos que a sala oferece buscando soluções imagéticas onde o foco é a poesia.
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No espetáculo, 16 poemas de Agostinho Neto trazem ao público, histórias de amor, exílio, racismo, esperança, superação, guerra, preconceito e lembranças de Infância. Poemas escritos nas décadas dos anos 60 e 70 do século XX, sobre fatos que hoje, 50 anos depois e já no século XXI, tornam se atuais. Os poemas, trazem no seu bojo, ânsias que dividem o homem Agostinho Neto entre a esperança de dias melhores e vontade de desistir por causa dos macetes da política, racismo, lutas e guerra.
Com um roteiro fragmentado que ressalta o amor como base da construção poética do António Agostinho Neto sendo esse amor atravessado pela guerra, pela luta pelos direitos humanos, pelas perseguições, pelas prisões e exílio e principalmente pela descolonização da sua pátria.