Erika Januza, uma das maiores estrelas do Carnaval e Rainha de Bateria da Unidos do Viradouro, escola de samba de Niterói (RJ), tem feito um lindo projeto chamado “#HomenagensdaJanuza”, com o objetivo de valorizar mulheres negras, quilombolas e indígenas. “Como o enredo da Viradouro esse ano fala também de mulheres guerreiras, que são as guerreiras mino [do reino Daomé], fizemos um paralelo a isso. As guerreiras atuais da nossa sociedade, que lutam contra o desemprego, diferenças raciais, salariais, e que são arrimo de família”, diz a Rainha de Bateria em entrevista ao Mundo Negro.
Recentemente, ela publicou fotos de beleza exuberante, vestindo looks de peças feitas por Ilana e Dona Doutora, duas mulheres do Quilombo do Mumbuca, em Jalapão, Tocantins, com Capim Dourado. Erika conheceu as jalapoeiras na época em que gravava a novela da Globo, “O Outro Lado do Paraíso” (2017).
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“A ideia era encontrar mulheres que, através da sua arte, sustentem suas famílias. Arte que pudesse virar looks, para que eu pudesse levar essas histórias de alguma forma para o Carnaval”, conta. “A cada mulher, a cada peça, vem a ideia de onde e como fazer. O mais importante era a oportunidade de deixá-las contarem suas próprias histórias. Estou amando”, completa.
O primeiro look divulgado pela Erika Januza, ela usa peças com Palma Barroca feitas pela Hercilia Herculano, artesã de Sabará, Minas Gerais. E o último look divulgado no domingo (28), ela usa miçangas, feito pela Marina e Elisa Guajajara, da Aldeia Lagoa Quieta, na Terra Indígena Araribóia, no Maranhão.
Leia a entrevista completa abaixo:
Nos últimos dias, você revelou fantasias feitas de Capim Dourado e Palma Barroca extremamente lindas. Como foi o processo de criação das peças?
A ideia era encontrar mulheres que, através da sua arte, sustentem suas famílias. Arte que pudesse virar looks, para que eu pudesse levar essas histórias de alguma forma para o Carnaval.
As Jalapoeiras do Quilombo do Mumbuca enviaram a coroa e as peças feitas por elas, e meu Stylist, Vitor Carpe, que é parceiro na concepção do projeto, monta as peças aqui.
A cada mulher, a cada peça, vem a ideia de onde e como fazer. O mais importante era a oportunidade de deixá-las contarem suas próprias histórias. Estou amando. Fiquei muito emocionada a cada vídeo recebido.
Você diria que os preparativos para a novela “O Outro Lado do Paraíso” – como conhecer o Quilombo do Mumbuca, também te trouxeram aprendizados para além do profissional?
Com certeza! Não me esqueço daquele lugar e daquelas pessoas. Lembro de chegar lá extremamente acelerada, como costumamos ser. E lá, o tempo era outro. A natureza era outra. Voltei de lá bem mais relaxada e valorizando outras coisas.
Foi a partir desse encontro com as mulheres guerreiras que você conheceu, que surgiu a ideia de criar o #HomenagensdaJanuza no Instagram? Como foi a elaboração e a reação das mulheres ao serem convidadas para o projeto?
Na verdade, não. A ideia surgiu através de uma conversa com Vitor, pois estamos já há algum tempo tentando entender qual homenagem faria sentido esse ano. Porque agora é como se não fizesse mais sentido não as fazer.
Como o enredo da Viradouro esse ano fala também de mulheres guerreiras, que são as guerreiras mino, fizemos um paralelo a isso. As guerreiras atuais da nossa sociedade, que lutam contra o desemprego, diferenças raciais, salariais, e que são arrimo de família.
Todas aceitaram prontamente e se mostraram muito felizes. Mas a maior felizarda dessa história fui eu, que fui agraciada com a arte de cada uma delas.
Como você cuida do corpo e da saúde no período de Carnaval? Você costuma mudar algo na rotina de exercícios ou alimentação que já está habituada?
Eu me dedico mais à academia. No geral, sou cheia de desculpas para ir, meu foco maior é mais a saúde do que qualquer outra coisa. Manter o corpo em movimento. Mas também entendo a importância estética por causa do meu trabalho. Estou focada para o Carnaval, tentando não faltar e me alimentando bem melhor. Até mesmo para ter mais fôlego para a maratona de ensaios.
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