Mundo Negro

“Entre terça ou quarta”: médico legista e autoridades divergem sobre a cronologia da morte de Juliana Marins

Foto: Reprodução/Redes Sociais

Muitas inconsistências vindo de fontes oficiais da Indonésia aumentam a angústia dos brasileiros que querem saber o que realmente aconteceu com a jovem publicitária Juliana Marins. Em entrevista à BBC News Indonésia, o médico legista Ida Bagus Alit afirmou que, “de acordo com meus cálculos, a vítima morreu na quarta-feira, 25 de junho, entre 1h e 13h (horário local)”, mesmo dia em que o corpo foi resgatado.

A estimativa, no entanto, contradiz a versão oficial divulgada pela Basarnas, a agência nacional de buscas e resgates da Indonésia, que afirmou ter localizado Juliana já sem vida na noite de terça-feira (24). “De fato, é diferente da declaração de Basarnas. Há uma diferença de cerca de seis horas em relação ao horário declarado por Basarnas. Isso se baseia nos dados de cálculo do médico”, disse Alit.

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Mas durante uma coletiva que ocorreu mais cedo no Hospital Bali Mandara, o médico legista chegou a dar outra versão. “Estimamos que a morte ocorreu de 12 a 24 horas antes da chegada ao hospital [em Mataram].” Ou seja, entre 20h40 de terça e 8h40 de quarta.

O laudo da autópsia, divulgado na sexta-feira (27), aponta que Juliana sofreu trauma contundente com fraturas no tórax, ombro, coluna e coxa, que provocaram danos internos e hemorragia. “Havia um ferimento na cabeça, mas nenhum sinal de hérnia cerebral. A hérnia cerebral geralmente ocorre de várias horas a vários dias após o trauma”, afirmou o legista.

Com base nesses indícios, Alit estimou que Juliana tenha morrido cerca de 20 minutos após sofrer as lesões. Porém, não está claro quando Juliana sofreu os ferimentos fatais. Ela foi vista em diferentes profundidades ao longo dos dias: no sábado, poucas horas após a queda, aparecia se movendo entre 150 e 200 metros abaixo da trilha; na segunda-feira, foi localizada imóvel a cerca de 400 metros; e, na terça, seu corpo foi encontrado a 600 metros de profundidade.

Na terça-feira (24), a equipe de resgate conseguiu se aproximar e declarou a morte no local. O corpo foi retirado apenas na quarta-feira, devido às dificuldades no terreno e ao mau tempo.

A família da alpinista acusa as autoridades locais de negligência e afirma que vai processar os responsáveis pela operação. O caso ganhou grande repercussão tanto no Brasil quanto na Indonésia, levantando questionamentos sobre os protocolos de resgate adotados na região.

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