Mundo Negro

“Enciclopédia Negra” traz mais de 500 personalidades negras ignoradas pelos livros

Obra que integra o livro 'Enciclopédia Negra', da editora Companhia das Letras Reprodução

O livro “Enciclopédia Negra”, de Flávio Gomes, Jaime Lauriano e Lilia Schwarcz, foi lançado na última terça-feira (30), com um bate-papo virtual mediado por Djamila Ribeiro. A obra, que sai pela Companhia das Letras, contará com duas obras da artista plástica baiana Nádia Taquary.

Sinto alegria e honra por participar desse grande projeto com trabalhos que retratam Roque José Florêncio (Pata Seca) e as mulheres ancestrais do remanescente do quilombo Campinho da Independência”, disse Nádia. Nascido em Sorocaba na primeira metade do século XIX, Roque José Florêncio foi comprado por um fazendeiro e escolhido para ser “escravo reprodutor”. Familiares e um estudo afirmam que ele teve mais de 200 filhos e, segundo a certidão de óbito, morreu com 130 anos.

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O livro reúne mais de 550 biografias de nomes que marcaram o Brasil, incluindo os de revolucionários, intelectuais, artistas, atletas, líderes religiosos e outras personalidades negras esquecidas pela historiografia em grande parte branca colonial ainda praticada no país.

Na capa do livro está estampado o retrato de uma das diversas personagens da enciclopédia, Afra Joaquina Vieira Muniz, que viveu em Salvador, na Bahia, no século 19, e representa bem a complexidade do regime escravagista da época.

Muniz, que teve sua liberdade comprada pelo marido e ex-senhor, Sabino Francisco, de origem africana como ela, herdou uma série de bens valiosos quando viúva, incluindo a propriedade sobre as escravas recém-libertas Severina e Maria do Carmo, que embora tenham recorrido à Justiça para sair das amarras de Muniz, foram obrigadas a servir a ela até a sua morte.

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