Durante Assembleia Geral das Nações Unidas, na última quarta-feira, 20, o Presidente do Gana, Nana Akufo-Addo, fez exigências referentes ao pagamento de reparações pelas injustiças históricas cometidas pelo comércio transatlântico de escravizados no país.
O chefe de Estado destacou que este é o momento de trazer à tona a discussão sobre as reparações, enfatizando que o mundo por muito tempo evitou enfrentar as consequências perigosas do comércio de escravos que moldou as nações europeias e os Estados Unidos: “É hora de considerar abertamente que grande parte da Europa e dos Estados Unidos foram construídos a partir da vasta riqueza colhida do suor, das lágrimas, do sangue e dos horrores do comércio transatlântico de escravos”, declarou o presidente ganense.
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Ele enfatizou que embora nenhum montante de dinheiro pudesse realmente compensar os horrores do comércio de escravos, o pagamento de reparações serviria como um ato simbólico de justiça e reconhecimento. Akufo-Addo argumentou que milhões de africanos “produtivos” foram submetidos a trabalho sem compensação, e que as nações envolvidas no comércio transatlântico de escravizados têm a responsabilidade moral de enfrentar o seu passado.
“É verdade que as gerações atuais não são as que se envolveram no comércio de escravos, mas esse grande empreendimento desumano foi patrocinado e deliberado pelo Estado, e os seus benefícios estão claramente entrelaçados com a arquitetura econômica atual.”, reforçou.
Esta não é a primeira vez que o presidente do Gana aborda a questão das reparações. No ano anterior, ele já havia manifestada a necessidade de intensificar as discussões sobre o tema. Além disso, ele apelou às nações europeias envolvidas no comércio de escravos para que formalmente se desculpassem pelos danos causados e instou a União Africana a envolver a diáspora africana na busca por acessórios e justiça.
O comércio transatlântico de escravos, que afetou milhões de africanos, é considerado a maior migração forçada da história e uma das mais desumanas, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). Durante um período de 400 anos, o êxodo de africanos se manteve por muitas partes do mundo, deixando um legado de dor e sofrimento, sendo Gana um dos pontos de partida para muitos dos escravizados na África Ocidental.