Sari Corte Real, condenada pela morte de Miguel Otávio Santana, de cinco anos, foi aprovada em uma faculdade de medicina de Jaboatão dos Guararapes (PE). A ex-primeira-dama de Tamandaré foi sentenciada a oito anos e seis meses de prisão, após a criança cair do 9º andar de um prédio de luxo em Recife (PE) em 2020, mas recorre a sentença em liberdade.
“Ela tem toda a certeza da impunidade. São três anos lutando por justiça pela morte de Miguel e Sari Corte Real vem tocando a sua vida como se nada estivesse acontecendo. Isso é bem difícil para mim. Ainda mais pelo curso que ela vai fazer. Um curso que salva vidas. E ela não teve a capacidade de salvar a vida do meu filho. Ela teve todas as oportunidades nas mãos de fazer e não fez. Isso me deixa muito reflexiva sobre as pessoas que futuramente ela pode atender”, desabafa Mirtes Renata, mãe do menino Miguel que trabalhava como empregada doméstica para Sari, em live realizada no Instagram, nesta quinta-feira (15).
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“Até foi postado ela se apresentando no grupo de whatsapp do curso da faculdade, que era o sonho dela de fazer medicina, já que agora os filhos dela estão grandes. Como se ela fosse uma pessoa que a maternidade ocupasse muito o tempo dela. Nunca ocupou porque tinha eu e minha mãe para cuidar dos filhos dela quando ela queria sair. E quando queria ir para festa, também tinha quem ficasse com os filhos dela. É algo que não condiz”, lamenta.
A mãe de Miguel aproveitou a ocasião para atualizar sobre o caso que corre na Justiça contra Sari Corte Real. “No mês de maio [o caso] estava na relatoria, na mão do desembargador relator. Ainda vou procurar saber se eles já terminaram para mandar ao revisor, para depois ser distribuído aos outros desembargadores para ter a votação dos nossos pedidos, da nossa parte e da ré”.
No dia da morte da criança, em 2 de junho de 2020, Sari Corte Real foi presa em flagrante por homicídio culposo (quando não há a intenção de matar), mas foi liberada após pagar fiança de R$ 20 mil. Apesar da sentença de oito anos e seis meses de prisão, o juiz José Renato Bizerra, da 1ª Vara dos Crimes contra a Criança e do Adolescente de Recife, diz que “não há pedido algum a lhe autorizar a prisão preventiva [de Sari], a sua presunção de inocência segue até trânsito em julgado da decisão sobre o caso nas instâncias superiores em face de recurso, caso ocorra”.