Mundo Negro

Domitila Barros revela que sofreu burnout aos 30 anos: “precisei disso para entender que autocuidado não é luxo”

Foto: Thiago Santos/Revista Cláudia

A modelo Domitila Barros, 38, revelou que sofreu burnout aos 30 anos, em entrevista à revista Claudia, nesta quarta-feira (14). Antes de nascer, seus pais já comandavam o projeto CAMM (Centro de Atendimento a Meninos e Meninas), destinado a dar aulas de alfabetização para crianças em situação de risco, na Linha do Tiro, comunidade de Recife (PE). Então ela cresceu focada em fazer a diferença por meio do ativismo e não pensava no autocuidado.

“Por muitos anos achei que era egoísmo me cuidar. Lembro de uma situação em que fui a um jantar de gala e pensei: ‘Minha família está agora na comunidade comendo com as crianças e eu estou aqui’. Naquele dia, quase não consegui jantar. Foi um processo muito longo de cura mental e espiritual até eu aceitar que estava apenas colhendo o karma [positivo] por me dedicar ao ativismo social por tanto tempo. Não podemos amar o próximo e sermos péssimos conosco. E eu sou uma pessoa que, além de me cobrar excessivamente, falo muito mal de mim”, diz a vencedora do prêmio ‘Sonhadores do Milênio’ da Unesco, aos 15 anos.

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Só após sofrer burnout, que Domitila passou a se olhar com mais cuidado. “Cheguei a pesar 42 quilos e estava com pancreatite. Minha terapeuta disse que, se eu não passasse a me priorizar, não chegaria aos 40. Precisei disso para entender que autocuidado não é luxo, é necessidade. As pessoas falam bastante sobre amor próprio, mas é impossível nos amarmos 24 horas por dia. Por isso, passei a realizar o exercício diário de me amar mesmo quando errava. São nesses momentos que mais precisamos de nós mesmas”.

Ao analisar a sua trajetória no BBB 23, a ativista está satisfeita com os resultados na vida pós-reality show. “Eu não escolhi nascer em Linha do Tiro, nem nascer num corpo negro, então não vou lutar contra isso. Esse é o lugar de onde eu vim, mas mais importante é onde eu quero chegar. Hoje, eu tenho poder de fala no Brasil. Recebo e-mails de pessoas contando que, após a minha participação, estão se candidatando para mestrados no exterior. Mães estão dizendo que as filhas me assistiram e passaram a usar o cabelo natural, sem alisamentos. Podem falar o que for, mas eu tenho consciência de que tive um impacto social relevante para o meu país e para o meu povo”.

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