Com a morte do Papa Francisco nesta segunda-feira (21), aos 88 anos, a Igreja Católica se prepara para um novo conclave — o processo fechado que elege o novo pontífice. Pela primeira vez em séculos, dois cardeais africanos aparecem entre os nomes possíveis para assumir o posto mais alto da Igreja: Fridolin Besungu, da República Democrática do Congo, e Robert Sarah, da Guiné.
Arcebispo de Kinshasa, Fridolin Besungu foi nomeado cardeal por Francisco em 2019 e é uma das principais vozes progressistas do continente africano no Vaticano. Conhecido por sua atuação em defesa da justiça social e dos direitos humanos, ele tem ganhado espaço entre os cardeais eleitores, especialmente por representar o crescimento da Igreja na África.
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Já Robert Sarah representa uma ala mais conservadora da Igreja. Nomeado cardeal por Bento XVI, ele comandou por anos a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos. É reconhecido por sua firme defesa da liturgia tradicional e por ser uma referência para setores mais tradicionais do catolicismo.
Ambos fazem parte do grupo de cerca de 120 cardeais com menos de 80 anos, idade máxima permitida para participar da votação. O conclave acontecerá na Capela Sistina, no Vaticano, em cerimônia fechada que pode durar dias, até que um dos cardeais alcance dois terços dos votos. Antes disso, o corpo do Papa será velado em cerimônia solene na Basílica de São Pedro, com presença de chefes de Estado e fiéis de todo o mundo. A expectativa é que o Colégio Cardinalício se reúna oficialmente entre 15 e 20 dias após o falecimento do pontífice.
Enquanto o mundo católico se despede de Francisco, a possibilidade da eleição de um papa africano reacende o debate sobre representatividade no alto escalão da Igreja — uma escolha que pode marcar profundamente os rumos da fé global nas próximas décadas.
Um papa africano seria um marco histórico
A possibilidade de um papa africano reacende discussões importantes sobre diversidade e representatividade dentro da Igreja Católica, cuja liderança histórica foi centralizada na Europa. O último papa não europeu foi Gregório III, de origem síria, no século VIII. Desde então, todos os pontífices vieram de países europeus, com exceção de Francisco, argentino.
A África abriga hoje algumas das comunidades católicas que mais crescem no mundo. Países como Nigéria, República Democrática do Congo e Uganda têm registrado aumento significativo de fiéis. A presença de cardeais africanos com protagonismo teológico e político reflete esse novo cenário global da fé.
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