Acusada de injúria racial contra dois entregadores, a defensora pública aposentada Cláudia Alvarim Barrozo foi condenada pela 1ª Vara Criminal de Niterói a três anos de prisão. Porém, a juíza Larissa Nunes Pintos Sally converteu a pena para prestação de serviços comunitários e o pagamento de três salários-mínimos para entidades sociais.
O caso ocorreu em 2022, quando Cláudia foi filmada ofendendo os entregadores que estacionaram uma van em frente a um condomínio de luxo no bairro Itaupu, em Niterói, no RJ. Eles haviam feito uma entrega, quando a aposentada pediu que eles tirassem o veículo da porta dela para sair com o seu carro. Mas o entregador com habilitação tinha ido fazer outra entrega, enquanto o seu colega o aguardava.
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Irritada, a mulher começou a direcionar ataques racistas contra os trabalhadores. Na gravação, é possível ouvi-la os xingando de “palhaço, otário, babaca, macaco”. Além das ofensas de cunha racial, Cláudia ainda desferiu tapas nos vidros e retrovisores da van, e jogou pedras contra o veículo.
A defesa argumentou que a palavra “macaco” foi proferida “somente em face” de uma das vítimas, de acordo com a sentença que saiu em 5 de setembro.
Em dezembro do ano passado, a aposentada também foi condenada a pagar R$ 40 mil de indenização, sendo R$ 20 mil para cada um dos entregadores. Na decisão, o juiz Guilherme Rodrigues de Andrade, da 3ª Vara Cível de São Gonçalo, afirmou que “eventual transtorno depressivo da ré não é capaz de eximi-la de responder pelos atos praticados, eis que a doença não se revela ‘carta branca’ para que esta possa injuriar outras pessoas e, posteriormente, afirmar que não entende o caráter ilícito de seus atos”.