Mundo Negro

Dakar: 7 motivos que provam que realmente é legal ser negro no Senegal

A natureza selvagem para viver aventuras, o prazer de praias encantadoras do Atlântico e das águas da península do Cabo-Verde, o desfrutar em hotéis irresistíveis e a paz do encontro racial na cultura e na arte do renascimento africano são as principais propostas do turismo de Dakar, capital do Senegal para atrair pessoas do mundo inteiro.

A capital do Senegal se propõe como epicentro do renascimento africano, tem pelas ruas publicidades de grandes marcas com sorrisos afros e roupas coloridas. Luxo, desenvolvimento e contrastes sociais das diversas etnias serers, fulas, mandingas, zulus te farão entender o que a África é mãe do povo negro do mundo inteiro, é mis que destino belas praias, hotéis, é um convite para entender a história da negritude.

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  1. ILHA DE GORÉE

Menos de vinte minutos de travessia de barco separam o centro de Dakar do retrato fiel do tráfico negreiro. A ilha de Gorée ou Gorea é patrimônio da humanidade pela Unesco e reserva o contraste chocante da beleza do presente e do passado da escravidão. A ilha era considerada o principal porto de saída de escravos. Os melhores homens e mulheres de toda a África eram forçados a entrar pela porta sem retorno, a porta da escravidão.

Ilha de Gorée (Foto: Cardinalia Comunicación)

Casas coloridas em contrates com o azul do oceano, pessoas trabalhando, delegacias, escolas, ruas estreitas, vendedores e a presença da diversidade religiosa de igrejas e mesquitas e a vida que acontece no Senegal. A ilha recebe todos os dias centenas de turistas que fizeram o povo lidar com dinheiro, lá eles dominam a arte do regateio, sabem vender e negociar, além de uma habilidade para falar idiomas.

Um lugar lindo dono de grandes histórias, pessoas com trajes, roupas coloridas, alegres e casas pintadas e iluminadas pela luz do sol.

 

  1. MUSEU DA ESCRAVIDÃO

No Museu da Escravidão, uma casa em estilo colonial preservada com porões de uma antiga casa de escravos. Na entrada uma apresentação musical toca a alma do viajante. Porões separados para homens e mulheres, algemas, artefatos de ferro e aço foram preservados para exposição. Um coral recebe o visitante cantando músicas da tradição africana e outra de louvor gospel de aleluia, agradecendo a libertação.

Outro destaque da Casa dos Escravos é a Porta do Não Retorno, segundo historiadores era a porta que levava os escravos para nunca mais voltar. O charme das mulheres cobertas com lenços e vestidos longos demostra a classe natural do povo senegalês com elegância efetuando as atividades de força como pesca ou construção.

  1. MUSEU DAS CIVILIZAÇÕES NEGRAS

De volta a Dakar, o Museu das Civilizações Negras é uma estrutura de vidro e metal gigante com 14.000 metros quadrados e a capacidade para 18.000 peças artísticas.

Museu das Civilizações Negras (Foto: @Cardinalia Comunicación)

O museu destaca a contribuição da África como casa das civilizações. Em exposição um memorial sobre as lideranças africanas, povos tradicionais, tesouros arqueológicos, influencia egípcia e registros religiosos contam a história da renascença africana.

  1. MONUMENTO DA RENASCENÇA AFRICANA

É uma estrutura inacreditável de 51 metros de altura, ao longo dos 198 degraus. Mãe, pai e o bebé esculpidos em bronze tem a mãe com as mãos voltadas para a África, o pai como a esperança e o bebê mirando ao horizonte, ou seja, ao futuro.

Monumento da Renascença Africana : (Foto: @Cardinalia Comunicación)

A estátua é grandiosa, digna de uma obra épica que marca um movimento: do retorno dos negros do mundo inteiro para a mãe África.

  1. A LUTA SENEGALESA – UM ESPORTE DE CORAÇÃO, UMA PAIXÃO

Nas ruas de Dakar é comum ver pessoas fazendo ginástica, correndo, sempre em movimento. Os treinos na praia de La Route de Corniche são comuns. O Laamb que significa “coração ou honra” é uma mistura de boxe e luta livre com um toque ritualístico e místico. Eles dançam, jogam areia no corpo, fazem círculos, amarram suas roupas para afastar a má sorte e vencer.

Foto: @Cardinalia Comunicación

O esporte movimenta milhões em anunciantes, público e prêmios, é o verdadeiro sonho do senegalês, acima de futebol, pois em apenas uma luta o participante pode ganhar muito dinheiro.

  1. PRAIAS

Mesmo com tantas atrações, o destino mais procurado dos turistas são as praias verdes e cristalinas e a excelente estrutura de hotéis que promovem o turismo com quilômetros de praias verdes na capital Dakar, Saly, Ngor e hotéis com estrutura internacional promovem a estadia para quem deseja dar um mergulho na cultura, na natureza e nos tempos da história, convites seguros para desfrutar de um lindo pôr do sol africano no coração negro do mundo.

(Foto: @Cardinalia Comunicación)
  1. O Senegalês é apaixonante

Um povo que recebe muito bem o turista, com  apelo exótico, as roupas, a cultura e a religião, assim como olhamos com admiração, eles nos observam também. Senegal é uma troca de olhares, você se sente acolhido e sente a força e valor da negritude em estado puro.

Foto: Cardinalia Comunicación

Eles dizem que na África negra não existe racismo, e apesar das etnias, todos são iguais. Considerada negra no Brasil, lá eles me chamaram de toubab ou seja, branca, descendente de europeus, o que me frustou, na verdade.  O Senegalés em geral é alto, são magros e podem ter dois casamentos de acordo com a religião mulçumana, religião da maioria da população, cerca de  95% e mesmo assim, tive um pedido de casamento, quase fico de vez no Senegal.

Texto: Verena Juliana Santos, negra, anti-racista, jornalista e publicitária.
Fotos: Cardinalia Comunicación

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