A Câmara Municipal do Rio de Janeiro aprovou, na tarde de ontem, 31, o Projeto de Lei 1773/2023, que reconheceu a Cultne, A TV que possui o maior acervo audiovisual de cultura negra da América Latina, como Patrimônio Cultural Material do Município do Rio de Janeiro.
Ao Mundo Negro, o fundador da Cultne, o jornalista Dom Filó falou sobre o que essa conquista representa para a cultura negra no Brasil. “Esse momento é fantástico para toda a trajetória de visionários como eu, Vik Bikbeck, Ras Adauto e Carlos Medeiros que começaram a registrar a história contemporânea negra no início dos anos 80. Hoje esse acervo representa parte da nossa história registrada por nós e disponível para toda a sociedade, em especial a comunidade negra”, ressaltou.
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Com mais de 40 anos, o Cultne também deve ganhar reconhecimento nos âmbitos estaduais, em iniciativa liderada pela deputada estadual do RJ, Renata Souza, e no âmbito federal depois que a deputada federal Benedita da Silva (PT) apresentou no início de março, o projeto de lei 742/2023 reconhecendo a importância da Cultne. O PL continua em tramitação na Câmara dos Deputados.
A notícia foi compartilhada pela vereadora do Rio, Mônica Tereza Benício, que celebrou nas redes sociais a aprovação do PL. “Nossa mandata aprovou mais um projeto de lei importante pro setor cultural carioca. A @cultne, maior acervo digital de cultura negra do país, será declarada como Patrimônio Cultural Material do Município do Rio de Janeiro. O PL 1773/2023 foi aprovado nesta quarta-feira (31) de forma definitiva na @camarario.”, celebrou ela.
“O Acervo CULTNE se torna um instrumento fundamental que atua na formação da consciência da nossa sociedade sobre a defesa do direito à memória e à história afro-brasileira.”, disse Mônica, destacando o impacto da Cultne no combate ao racismo. “A instituição garante o fomento e a valorização da rica contribuição cultural do povo preto, conecta vários segmentos sociais e viabiliza a comunicação entre empreendedores de diversas comunidades cariocas. É um trabalho que impacta diretamente no necessário e urgente combate ao racismo estrutural. Viva a CULTNE! Viva o @dom_filo!”.
E Dom Filó planeja dar passos ainda maiores com o Cultne: “O acervo Cultne atua na formação da ampla consciência acerca da defesa do direito à memória e à história antirracista no Brasil, contribuindo para a efetivação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) que incluiu nos currículos oficiais da rede de ensino a obrigatoriedade da temática História e cultura afro-brasileira e indígena. Nosso objetivo é até 2030 ser reconhecido como o maior acervo digital de cultura negra do planeta.”