A 29ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP29), que começa hoje na capital azerbaijana, traz mais de 40 mil delegados de 190 países para debater a crise climática e encontrar novas formas de financiamento para mitigar seus efeitos. Entre as representações presentes, destacam-se ativistas e organizações negras brasileiras, que buscam fortalecer um olhar antirracista e inclusivo nas discussões sobre o clima.
Movimentos como o Vozes Negras pelo Clima e a Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ) marcam presença em Baku com pautas que visam dar visibilidade à população negra e quilombola, reconhecendo a necessidade de adaptação climática que considere desigualdades históricas. “O impacto da crise climática não é uniforme, e as populações negras e periféricas enfrentam desafios adicionais e urgentes”, afirma um porta-voz do Vozes Negras pelo Clima ao site Educação e Território.
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A presença da Geledés – Instituto da Mulher Negra também ressalta a importância de se considerar a intersecção entre raça e gênero nas políticas climáticas. Além disso, outro destaque na delegação brasileira são os jovens do programa Jovens Negociadores pelo Clima, que capacita lideranças periféricas e negras para defenderem seus interesses nas negociações climáticas globais. Representando uma nova geração de ativistas, Luan Thambo, um economista engajado na valorização do carbono em terras quilombolas, é um dos delegados e busca mostrar que as comunidades tradicionais têm conhecimento e experiência fundamentais na preservação da biodiversidade e dos ecossistemas.
Instituições de Pesquisa e Incidência Política
Além dos ativistas, organizações brasileiras como o Instituto Clima de Eleição e a Plataforma Cipó integram a COP29 com o intuito de promover pesquisas e diálogos que ampliem a justiça climática. A Cipó, liderada por mulheres, busca destacar a importância de uma cooperação internacional que promova o desenvolvimento sustentável desde uma perspectiva do Sul Global.
A COP29 se desenrola em meio a desafios de financiamento e compromisso das grandes economias, mas, para as lideranças negras presentes, é um momento de reafirmar que a justiça climática não pode ser alcançada sem equidade social e respeito aos direitos das populações vulneráveis. As pautas defendidas por essas organizações negras são essenciais para a construção de políticas que realmente contemplem o futuro de todos.