Juel Taylor estreou como diretor no filme “Clonaram Tyrone!“, já provando o que não estamos tão acostumados a assistir: é possível um filme abordar as diferentes camadas do racismo, misturando muita comédia e ficção científica. Ao longo da trama fica a pergunta: estão fazendo experiências científicas e clonando as pessoas negras?
Para desvendar esse suspense na comunidade de Glen, Estados Unidos, que se passa nos anos 90, o traficante Fontaine (John Boyega), reservado e com um passado cheio de dores como a de muitos homens negros, consegue o apoio do cafetão Slick Charles (Jamie Foxx), o mestre das piadas e razão para a comédia do longa, e da Yo-Yo (Teyonah Parris), uma prostituta disposta a usar sua inteligência e sagacidade para ajudar as pessoas. Juntos, Boyega, Foxx e Parris tem uma química incrível e se revelam ótimos detetives.
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No entanto, para buscar respostas para uma série de eventos estranhos que estão acontecendo e alimentando uma teoria de conspiração governamental, o trio terá que mergulhar em uma crítica social profunda sobre uma cultura branca enraizada para controle da população negra, envolvendo a religiosidade, a gastronomia, os gostos musicais e a estética.
O mistério que beira a comunidade negra e deixa o telespectador vidrado para descobrir o realmente está acontecendo, lembra um pouco o suspense do filme “Corra!” (2017), com a diferença que Jamie Foxx traz muita leveza com as sátiras e em diversos momentos, muita ação, descobertas e críticas.
Mas fica uma dica ao telespectador: quando for assistir o longa, deixa o clima de piadas e ação de lado para se concentrar no momento que alerta para a revelação deste mistério. Eu precisei assistir duas vezes para entender o final, que também deixou outras pessoas com um ponto de interrogação. Isso ocorre pelo excesso de informação na reta final, mas é possível entender. O filme é sensacional.