Mundo Negro

Com 40 juízas negras nomeadas, governo Biden quebra recorde histórico no judiciário dos EUA

Ketanji Brown Jackson, nomeada à Suprema Corte em 2022 - Foto: Kevin Lamarque/Reuters

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, encerra seu mandato com um recorde inédito, a nomeação de 40 mulheres negras para cargos vitalícios de juíza federal, mais do que qualquer outro presidente na história do país. O marco, confirmado pela Leadership Conference on Civil and Human Rights, mostra que houve algum esforço para diversificar o judiciário norte-americano.

A mais recente confirmação, da juíza Tiffany Johnson para o Distrito Norte da Geórgia, destaca o impacto das escolhas do atual governo norte-americano em um sistema historicamente criticado por sua falta de representatividade. No total, ele nomeou 62 juízes negros em um único mandato, um feito sem precedentes que inclui estreias históricas, como Tiffany Cunningham, primeira juíza negra no Tribunal de Apelações do Circuito Federal, e Dana Douglas, primeira mulher negra no Tribunal de Apelações do Quinto Circuito.

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Cerca de 40% dos juízes negros indicados por Biden vêm de origens profissionais variadas, incluindo defensores públicos e advogados de direitos civis. “Isso não é apenas uma questão de justiça, mas de melhor tomada de decisões e de restauração da confiança pública”, afirmou Lena Zwarensteyn, diretora do programa de tribunais justos na Leadership Conference, em entrevista à NBC News.

A nomeação de Ketanji Brown Jackson à Suprema Corte, em 2022, foi outro feito histórico da administração Biden. Jackson tornou-se a primeira mulher negra a ocupar uma cadeira na mais alta instância do país, simbolizando o compromisso da Casa Branca com um judiciário mais inclusivo.

Essas escolhas ganham ainda mais relevância diante de um Congresso dividido e da possibilidade de um segundo mandato de Donald Trump, que prometeu mudanças que podem impactar os direitos civis e comunidades marginalizadas. As indicações de Biden, nesse contexto, representam um contrapeso estratégico para assegurar a manutenção de políticas inclusivas.

Zwarensteyn destacou que a presença de juízes com perspectivas diversas melhora a qualidade das decisões e reforça a legitimidade das instituições. “A pesquisa mostra que isso aumenta a confiança nas instituições judiciais. Garantir juízes imparciais em todos os níveis é essencial”, afirmou.

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