As Lives no Instagram têm reunido pessoas ao redor do mundo e vale destacar a forma que a comunidade negra tem se organizado para promover encontros muitos especiais
O coletivo ARRAY, fundado pela cineasta Ava DuVernay, diretora de “Olhos que Condenam”, “Uma dobra no tempo” e 13ª Emenda tem usado sua plataforma para dar vozes à pessoas da comunidade negra ao redor do mundo
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Nessa quinta-feira, 9, é a vez dos cineastas negros brasileiros trocarem uma ideia com o coletivo americano e falarem sobre sua jornada produzindo conteúdo audiovisual em um dos países mais negros do mundo .
Carol Rodrigues, Day Rodrigues , Everlane Moraes |
Jessica Queiroz, Joyce Prado, Juliana Vicente, Renata Martins,
Sabrina Fidalgo, Viviane Ferreira e Gabriel Martins são os cineasta brasileiros que participarão da live que começa as 19h, horário de Brasília no Instagram da Array.
Cineastas falam sobre a importância desse encontro
“Conectar a diáspora no mundo, sabendo que somos muitos e múltiplos, é hoje pra mim a alternativa para driblar as milhares de barreiras impostas do racismo estrutural do Brasil e nos entendermos como potência no coletivo, fortalecendo e ampliando nossa ideia de pertencimento em termos mundial” – Juliana Vicente, diretora e produtora executiva.
“As conexões diaspóricas são ferramentas indispensáveis à garantia das existências negras no mundo. Essa live, mais do que lição à branquitude, é importante porque pessoas negras estarão em diálogo compartilhando gingas entre si. Afinal, adoramos celebrar nossa existência.” – Viviane Ferreira – diretora e produtora executiva.
Mercedes Cooper, Director of Programming da Array
“Encontrar, mesmo que virtualmente com o coletivo criado por Ava Duvernay é uma possibilidade de ampliação de voz e um passo muito importante para o cinema feito por pessoas negras, pois deslegitima a tentativa de apagamento da existência física e criativa dos cineastas negros brasileiros, pois nós existimos, re-existimos e somos muitos!” Renata Martins, diretora e roteirista.
“É importante sinalizar a relevância da produção de realizadoras negras brasileiras para o Cinema Contemporâneo, o potencial estético e narrativo presente nessas produções se tencionam com o cinema tradicional e a narrativa hegemônica impostas aos corpos negros. Debater isso entre países da diáspora aproxima nossas vivências e ampliam o alcance do Cinema Negro brasileiro, uma ponte para construção de novas perspectivas de produção.”
Joyce Prado, diretora e produtora executiva
“A possibilidade de abrir diálogo entre o Coletivo Array, fundado por Ava DuVernay, e cineastas negrxs, em virtude do racismo escancarado das produtoras e diretores brasileiros, isso muito nos fortalece quanto realizadores por aqui. Só é estranho pensar que ainda necessitamos de um reconhecimento de fora para chegarmos ao óbvio. Pois, nós, artistas e cineastas negros, somos muitos, e queremos contar as nossas histórias para os nossos e para que a branquitude nos veja pela nossa perspectiva.” Day Rodrigues, diretora.
“ Travessias e aquilombamentos fazem parte de nossas histórias de resistência. Esse encontro com o coletivo array, da cineasta ava, é unir potências afroatlânticas. Se a cinematografia e a supremacia branca tentam apagar nossas existências, juntos, nós vamos lá e escrevemos – com luz – nossas trajetórias.” Safira Moreira, diretora e diretora de fotografia.
“ Sinto que todas as pontes possíveis entre pessoas negras valem como amplificadores de ideias e conhecimento. Neste caso, dá luz a um trabalho de muita gente criativa que tem mudado o cinema do país pra melhor.” Gabriel Martins, diretor e produtor executivo.
“A importância desse encontro é imensa por toda a representatividade e modelo de talento extraordinário que Ava representa em todo o mundo, quanto pela importância da comunhão dessa irmandade diaspórica que está acima de tudo. Além disso essa é uma resposta muito clara a uma certa branquitude colonizada brasileira que ainda insiste em usar de artifícios como comparações esdrúxulas para tentar nos diminuir para manter o status quo do racismo estrutural. Não passarão!” Sabrina Fidalgo, Diretora e Roteirista.
“ O coletivo da AVA está fazendo o que o mercado brasileiro parece incapaz de fazer: dar visibilidade as diretoras e roteiristas negras e apostar na potência de seus projetos” Carol Rodrigues, diretora e roteirista.
“A importância é o próprio encontro em si. Entre cineastas negros brasileiros e uma referência do cinema que acreditamos… Um espaço sadio e uma oportunidade para falar, nos apresentar. Se não conseguimos ser vistos e respeitados em nosso próprio país e se é necessário que a Ava e o seu coletivo queiram nos conhecer e abrir os olhos do mercado cinematográfico brasileiro para nossa existência, imagine a que nível estamos” Everlane Moraes, diretora e roteirista.