Mundo Negro

Chimamanda, Conceição Evaristo e Aline Midlej emocionam público no Festival LED com encontro sobre educação e narrativas negras

“Eu amo o Brasil e fiquei muito emocionada com a performance apresentada.” Foi com essa declaração que Chimamanda Ngozi Adichie reagiu à calorosa homenagem que recebeu ao chegar para a mesa “Reescrevendo o mundo com Chimamanda Ngozi Adichie, uma página de cada vez”, realizada no segundo dia da 4ª edição do Festival LED – Luz na Educação. O momento de abertura contou com apresentações do grupo de Jongo Cia Mãos Calejadas, do Bloco Afro Agbara Dudu e do Grupo Passinho Carioca, que encantaram o público com danças e cantos que celebram a cultura afro-brasileira.

A mesa, mediada pela jornalista Aline Midlej, abordou a importância da educação e das narrativas negras na formação de um mundo mais justo para as novas gerações. Chimamanda compartilhou lembranças pessoais de sua infância, destacando o papel decisivo que uma professora teve em seu caminho como escritora:
“Com 10 anos de idade, tive uma professora que me incentivou muito a ser escritora. Ela me fez sentir que eu podia viver esse sonho, e eu nunca vou me esquecer disso.”

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Durante o painel, a escritora falou também sobre equidade de gênero na educação, o papel das redes sociais como ferramentas de expressão para jovens negros e negras, e a importância de dar visibilidade a histórias positivas: “É necessário mostrar pessoas negras felizes e bem-sucedidas, porque isso também é parte da nossa realidade”, reforçou.

Um dos momentos mais marcantes do evento foi a entrada surpresa da escritora Conceição Evaristo, ovacionada pelo público. Ao lado de Chimamanda e Aline, Conceição falou sobre o conceito de “escrevivência”, termo que cunhou para nomear a escrita que nasce da experiência e da ancestralidade negra:
“Escrever é para além da construção vocabular. É um processo que potencializa a escrita e a voz das histórias do povo preto.”

O ponto alto do encontro foi a troca simbólica entre Chimamanda e Conceição. Cada uma leu um trecho da obra da outra – Americanah e Ponciá Vicêncio –, selando um momento de admiração mútua, conexão entre continentes e reafirmação do poder das palavras escritas por e para pessoas negras.

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