A construção social, a maneira como interagimos e lidamos com outras pessoas na sociedade tem uma forte ligação com o tipo de
conteúdo que consumimos. Quando falamos de jornalismo, estamos falando histórias e personagens que compõem a notícias que lemos, ouvimos e assistimos diariamente.
O jornalista afro-americano Joe Davidson, colunista do The Washigton Post (cobrindo temas sobre o governo feral no Federal Insider), conversou com jornalistas negros brasileiros que estão nos EUA a convite da Embaixada dos Estados Unidos para um intercâmbio profissional até o dia 24 de junho.
Notícias Relacionadas
"Estou vivendo meu sonho", diz Rihanna, ao posar para a capa do mês de abril da Vogue China
Presos suspeitos de mandar matar Marielle Franco; família celebra "um passo mais perto das respostas"
A representação dos negros na mídia foi um dos assuntos abordados durante a palestra. “Notícias sobre negros são sempre associadas à pobreza e violência. É dessa forma que somos representados pelos grandes veículos. Nossa imagem é sempre associada as histórias de crime. Hoje está mudando, mas ainda vemos muitas poucas notícias sobre o dia a dia dessas pessoas, como pessoas negras vivendo uma vida normal, se casando e coisas assim”, ilustrou Davidson, que acredita que o fato de pessoas brancas sempre nos verem nessa perspectiva pelo noticiário só reforça estereótipos e aumenta o racismo.
Como um dos fundadores da Associação Nacional de Jornalistas Negros, entidades com mais de 4 mil membros, ele percebe que a união de profissionais negros é fundamental em vários sentidos, incluindo a motivação emocional, o que faz com que a entidade além de discutir questões sobre os ofícios da profissão do ponto de vista racial, também promova a integração e interação entre seus membros. Os eventos da Associação incluem painéis de debate, jantares e até celebração gospel. “Se reunir com pessoas que se parecem com você, que vivem as mesmas coisas que você é um grande alívio”, comenta o jornalista que já foi colunista político da BET.
Joe é categórico ao afirmar que a presença de jornalistas negros na cobertura do assassinato de George Floyd, em Mineápolis, em 2020, fez uma grande diferença sobre a forma que as notícias chegavam a audiência. “O que aconteceu com George Floyd chocou a nação. O fato de termos registros feitos pelo celular ajudou muito a mostrar a nação como a violência policial é um problema endêmico e a presença de jornalistas negros para noticiar e comentar o que aconteceu fez a diferença. Não tínhamos isso antes”, conclui.
Notícias Recentes
BBB, Forbes e afins: Estamos usando nosso engajamento negro e poderoso de forma correta?
"Vai arrumar um emprego de segurança num prédio": Fernanda é acusada de racismo ao questionar favoritismo de Davi no BBB 24