A construção social, a maneira como interagimos e lidamos com outras pessoas na sociedade tem uma forte ligação com o tipo de
conteúdo que consumimos. Quando falamos de jornalismo, estamos falando histórias e personagens que compõem a notícias que lemos, ouvimos e assistimos diariamente.
O jornalista afro-americano Joe Davidson, colunista do The Washigton Post (cobrindo temas sobre o governo feral no Federal Insider), conversou com jornalistas negros brasileiros que estão nos EUA a convite da Embaixada dos Estados Unidos para um intercâmbio profissional até o dia 24 de junho.
Notícias Relacionadas
Lauryn Hill fará show no Brasil em evento da Chic Show que celebra 50 anos da Black Music
Grifes negras são destaque na 57ª edição da São Paulo Fashion Week
A representação dos negros na mídia foi um dos assuntos abordados durante a palestra. “Notícias sobre negros são sempre associadas à pobreza e violência. É dessa forma que somos representados pelos grandes veículos. Nossa imagem é sempre associada as histórias de crime. Hoje está mudando, mas ainda vemos muitas poucas notícias sobre o dia a dia dessas pessoas, como pessoas negras vivendo uma vida normal, se casando e coisas assim”, ilustrou Davidson, que acredita que o fato de pessoas brancas sempre nos verem nessa perspectiva pelo noticiário só reforça estereótipos e aumenta o racismo.
Como um dos fundadores da Associação Nacional de Jornalistas Negros, entidades com mais de 4 mil membros, ele percebe que a união de profissionais negros é fundamental em vários sentidos, incluindo a motivação emocional, o que faz com que a entidade além de discutir questões sobre os ofícios da profissão do ponto de vista racial, também promova a integração e interação entre seus membros. Os eventos da Associação incluem painéis de debate, jantares e até celebração gospel. “Se reunir com pessoas que se parecem com você, que vivem as mesmas coisas que você é um grande alívio”, comenta o jornalista que já foi colunista político da BET.
Joe é categórico ao afirmar que a presença de jornalistas negros na cobertura do assassinato de George Floyd, em Mineápolis, em 2020, fez uma grande diferença sobre a forma que as notícias chegavam a audiência. “O que aconteceu com George Floyd chocou a nação. O fato de termos registros feitos pelo celular ajudou muito a mostrar a nação como a violência policial é um problema endêmico e a presença de jornalistas negros para noticiar e comentar o que aconteceu fez a diferença. Não tínhamos isso antes”, conclui.
Notícias Recentes
Marina Silva é eleita uma das 100 pessoas mais influentes do mundo pela TIME ; ela é a única brasileira na lista
Barco encontrado no litoral do Pará revela rota trágica de migração ilegal de África para as Ilhas Canárias