O assassinato de Moïse Kabamgabe ganhou destaque no noticiário quase uma semana depois do crime ter acontecido no Rio de Janeiro. A partir da notícia, pessas comuns, movimentos sociais e algumas celebridades se manifestaram sobre o ocorrido.
Em ano de eleições, crimes de grande impacto como esse costumam ganhar também as redes sociais dos pré-candidatos à Presidência da República como uma forma de demonstrar solidadariedade. Além disso, as postagens podem indicar como os candidatos vêem e se posicionam sobre temas considerados importantes pela sociedade. O MUNDO NEGRO conferiu o Twitter de alguns pré-candidatos para saber como eles enxergam o assassinato de Moïse.
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Pré-candidato pelo PDT, Ciro Gomes foi o primeiro a usar as redes para falar sobre o assassinato. “Sentimento de revolta e muita dor pela morte de Moïse Kabamgabe, congolês que veio para o Brasil em busca de uma vida melhor. Um trabalhador que foi assassinado de forma brutal no Rio de Janeiro por cobrar seu salário atrasado. #JustiçaParaMoise“, disse ele, iniciando uma sequência de tweets.
Único pré-candidato negro na disputa até o momento, Léo Péricles (UP), foi o segundo pré-candidato a se manifestar no Twitter sobre o caso, às 15h01 do dia 1º de fevereiro. Léo Péricles associou o racismo como fator determinante deste crime, conectado a uma estrutura maior da sociedade brasileira. “Fica evidente mais um caso de racismo contra imigrantes no Brasil, onde negros e negras sofrem seguem sendo aterrorizados pelas estruturas do Estado. Somente em uma sociedade mais justa, onde não tenha a exploração do homem pelo homem para que casos como esse não ocorram”, disse ele numa sequência de tweets.
O terceiro a manifestar seu pensamento sobre o crime contra Moïse foi o ex-juiz e ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro, Sérgio Moro (Podemos). Tratando o caso como mais um caso de violência no Rio de Janeiro, sem nenhuma referência a racismo em sua postagem. “A morte do jovem congolês Moise Kabamgabe não pode ser mais um número para referendar a fama de um país violento “que não tem jeito”. O Brasil não pode ser um país sem lei e Justiça. Precisamos mudar a maré, fazer a lei valer para TODOS”, disse ele às 15h45 do dia 1º de fevereiro.
Lula (PT) manifestou condolências à família somente no dia 2 de fevereiro. “Moïse Kabagambe chegou criança ao Brasil, em 2012, e teve sua família acolhida aqui como refugiado. Nove anos depois, ao reclamar seu direito de trabalhador, foi covardemente assassinado. Devemos justiça, amparo, nossos sentimentos e desculpas para a família de Moïse”, disse o ex-presidente.
Até a conclusão desta matéria, Simone Tebet, João Dória e Jair Bolsonaro não haviam se manifestado sobre o assassinato de Moïse.
PROTESTOS — Neste sábado (5), grupos de todo o Brasil organizam manifestações contra o assassinato de Moïse Kabamgabe. Além do Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, São Paulo, Salvador e Recife estão entre as capitais com manifestações confirmadas.