O assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes completa cinco anos nesta terça-feira, 14 de março. E a pergunta ainda continua: Quem mandou matar Marielle?
Em busca por justiça, o Instituto Marielle Franco organizou uma agenda cheia de eventos que será realizada ao longo do dia, no Rio de Janeiro, a começar com a missa pela vereadora e o Anderson, às 10h, na Igreja Nossa Senhora do Parto.
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Neste mesmo horário, será inaugurada a escultura “Marielle Gigante” de 11 metros de altura no Museu de Arte do Rio (MAR) e “A Voz de Marielle” no Museu do Amanhã. Em entrevista ao Mundo Negro em 2022, a ministra de Igualdade Racial, Anielle Franco, também irmã da vereadora, disse que “‘A Voz de Marielle’ vai ser um acervo onde você vai passar o telefone por cima da imagem e poder abrir um discurso da Mari, bem no âmbito virtual”.
Amanhã também haverá o lançamento do sétimo Boletim de Segurança Pública na Maré, feito pela Redes da Maré, no MAR, a partir das 13h, com a presença da mãe de Marielle e Anielle, Marinete Silva. A advogada realizará uma leitura do Manifesto das Mães da Maré. Em seguida, haverá uma oficina de bordados.
No período da noite, das 18h às 23h, a Praça Mauá será ocupada pelo Festival Justiça por Marielle e Anderson com a presença da família da vereadora e grandes artistas como: Djonga, Luedji Luna, Bia Ferreira, Baile Black Bom, entre outros. Tudo gratuito.
Cinco anos do assassinato de Marielle Franco
Durante a posse do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, em fevereiro, foi determinada a instauração de um inquérito na Polícia Federal, para aprofundar as investigações que já são feitas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e pela Polícia Civil.
O policial militar reformado Ronnie Lessa, acusado de ter feito os disparos que mataram Marielle e Anderson e o ex-policial militar Élcio de Queiroz, acusado de dirigir o carro usado no crime, estão presos e nunca revelaram quem mandou cometer homicídio.
Neste período, o comando das investigações foi trocado diversas vezes. Enquanto o MPRJ já teve três grupos diferentes de promotores à frente do caso, na Polícia Civil, cinco delegados já chefiaram as apurações. Agora, o delegado Guilhermo Catramby que conduz o inquérito na Polícia Federal.
Até o momento, as investigações apontam que o crime tem relação com o jogo do bicho, milícias, policiais e políticos da zona oeste do Rio de Janeiro, disse o diretor-presidente do FBSP (Fórum Brasileiro de Segurança Pública), Renato Sérgio de Lima, em seu artigo na revista Piauí.
Outro destaque nos documentos, é a predominância do grupo miliciano “Escritório do Crime”, chefiado pelo ex-capitão do Bope Adriano da Nóbrega — que, morto em uma troca de tiros com a polícia, em 2020, foi chamado de herói por Jair Bolsonaro e, quinze anos antes, condecorado por Flávio Bolsonaro.
Dia de Marielle Franco
Nesta segunda-feira (13), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), enviou uma uma mensagem à Câmara dos Deputados pedindo urgência para votar o projeto que cria o “Dia Nacional Marielle Franco de Enfrentamento a Violência Política de Gênero e Raça“, no dia 14 de março.
O projeto proposto pelo Palácio do Planalto tem o objetivo de “conscientizar a sociedade a respeito das violências sofridas pelas mulheres no ambiente político, em especial, mulheres negras”.
Informações: Conectas Direitos Humanos*