Membros da família de Emmett Till, o adolescente negro de 14 anos que foi sequestrado, torturado, espancado e morto em 1955, revelaram que encontraram um mandado de prisão não cumprido para Carolyn Bryant Donhom, a mulher branca que acusou Emmett de ter feito supostas ofensas a ela. O caso bárbaro chocou os Estados Unidos e o mundo. À época, o marido de Carolyn, Roy Briant juntamente seu irmão J. W. Milam, assassinaram o adolescente e foram inocentados por um júri formado apenas por pessoas brancas.
Enquanto procurava por documentos no tribunal de Leflore, no Mississippi, uma equipe que incluía membros da família Till desenterrou um mandado de prisão não cumprido destinado a “Sra. Roy Bryant”, ou seja, Carolyn Bryant Donhom. O documento acusava a mulher de ter sequestrado Emmett Till. A legitimidade do mandato foi confirmada, de acordo com a imprensa local. Em uma entrevista no ano de 2008, Bryant Donhom, agora com 80 anos, chegou a declarar que “não era correta” a versão dos fatos que tinha apresentado ao juiz meio século antes. Embora seu depoimento final não tenha sido utilizado, ela mentiu quando afirmou que Till a tocou e tentou fazer avanços sexuais.
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A imagem do mandado mostra que o atual funcionário do condado de Leflore certificou o documento como autêntico em 21 de junho deste ano. Na ausência de ação da polícia à luz da descoberta, a família considerou resolveu buscar iniciativas para reabrir o caso e buscar por justiça. “Chorei. Choramos. Nos abraçamos”, disse Deborah Watts, prima de Emmett, em entrevista. “Inacreditável. Nós nos abraçamos. A justiça tem que ser feita.”
Agora, a Emmett Till Legacy Foundation está convocando o promotor público de Leflore para apresentar acusações contra Bryant Donham, abrindo uma nova investigação, contudo ainda não é possível garantir os próximos desdobramentos legais do caso.