Lideranças negras que ocupam cargos estratégicos em grandes empresas e organizações brasileiras compartilham suas histórias e aprendizados no livro ‘Carreiras Negras’, lançado em outubro pela Editora Jandaíra. A obra, escrita por Talita Matos e Eliezer Leal, analisa o contexto histórico e social do trabalho no Brasil e apresenta estratégias para fortalecer a presença, o poder e a permanência de profissionais negros em espaços de decisão.
Com prefácio do filósofo Renato Nogueira, o livro reúne histórias inspiradoras de executivos e executivas que atuam em companhias como Aline Lima, head de diversidade, equidade e inclusão da Natura para a América Latina, e Powerlist Mundo Negro 2025; Luana Ozemela, vice-presidente de impacto social e sustentabilidade no iFood; Luciane Malta Rodrigues, gerente sênior de Relações Institucionais no MOVER; Cosme Bispo, gerente da unidade de impacto da Fundação Lemann, entre outros.
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“É um livro no qual eu e o Eliezer olhamos para as nossas experiências pessoais e para a vivência de pessoas próximas, com atenção para a construção social do Brasil. Os aprendizados vêm de projetos e encontros com mais de 2.000 profissionais negros nos últimos 5 anos. A partir disso, nós propomos algumas saídas aos desafios enfrentados por pessoas negras ao se verem em um lugar de liderança em grandes empresas, ou mesmo com conselhos para aquelas que buscam alcançar esses lugares”, explica Talita Matos, cientista social com mestrado em educação inclusiva e mais de 20 anos de atuação em diversidade e inclusão.
Eliezer Leal, sócio da consultoria Singuê, com mais de duas décadas de experiência no setor de tecnologia, além de atuar como coach e conselheiro, destaca que o livro é também uma forma de devolver à sociedade os aprendizados acumulados ao longo dessa jornada. “O Carreiras Negras vem em um momento de consolidação do nosso conhecimento, como uma devolutiva à sociedade de tudo o que aprendemos e construímos na nossa própria jornada. Enquanto os números mostrarem um ambiente desigual no mercado de trabalho, temos que falar, escrever e conversar sobre o lugar ocupado por pessoas negras”, afirma.
Segundo a PNAD Contínua 2024, do IBGE, 56,4% da população brasileira em idade de trabalhar se declara preta ou parda, mas a maioria ainda está fora dos cargos de comando. Os autores reforçam que repensar as estruturas corporativas é essencial para transformar esse cenário.
No prefácio, Renato Nogueira resume o espírito da obra: “O que está em jogo aqui não é apenas a ascensão de indivíduos. É a possibilidade de que as carreiras negras sejam também plataformas de inovação social, de redistribuição simbólica, de cura coletiva. São movimentos que deslocam o eixo do mérito isolado para a ética da interdependência – aquele que nos ensina que o crescimento de um só tem mais sentido quando reverbera em muitos”.
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