Pensando em mudar a realidade de baixa representatividade na aviação, o projeto inédito no setor da aviação civil brasileira pretende liberar bolsas de 100% para jovens de periferia realizarem o curso de comissário de voo e assim, incluir mais pessoas pretas e periféricas na área branca e elitizada.
O projeto teve início com um sonho da comissária de voo Kenia Aquino que já vivenciou diversas situações de racismo abordo, chegando até a se afastar por um período para não adoecer psicologicamente. Atuar em um ambiente em que além da ausência de representatividade, não valoriza pessoas negras pode ser muito problemático com o passar dos anos.
Atualmente na aviação brasileira, 5% dos comissários de voo são negros e 2% representam os pilotos negros, 0% representam as mulheres negras piloto. E para mudar esses dados e evitar que outros comissários negros passem pelo que ela passou, Kenia Aquino lança campanha para arrecadação de valores a serem investidos no projeto que incluirá pessoas pretas na aviação;
“São coisas que não têm preço que pague, quero que outros pretos da periferia possam vivenciar” conta a comissária ao lembrar que através da sua profissão foi possível levar a sua mãe e irmã para conhecer outros países e visitar outros lugares
O coletivo Quilombo aéreo vêm sofrendo ataques nas companhias, e para tocar o projeto adiante precisa de ajuda externa, o coletivo foi contemplado com o edital de Benfeitoria, mas ainda assim será necessário a colaboração de outras pessoas que estejam dispostas a contribuir com para a equidade racial na aviação. Com a meta alcançada a partir do ano de 2021 as bolsas já serão distribuídas nas periferias de Porto Alegre, sendo estendida para todo o Brasil nos anos seguintes.
“Não é justo que nós sejamos tão poucos dentro desse setor, é um setor maravilho, uma profissão linda que abre as portas do mundo, literalmente (…)” Diz Kenia Aquino, idealizadora do projeto.
O plano do Quilombo Aéreo é fazer com que pessoas negras e periféricas vejam a aviação como uma opção profissional, por se tratar de uma profissão muito elitizada, poucas informações são dadas sobre os passos necessários para se tornar um comissário ou um piloto de avião. Nas periferias é onde as informações são ainda mais escassas, então uma das prioridades do “Pretos Que Voam” é fazer visitações a escolas públicas nos próximos anos, para já fazer com que os jovens em períodos de formação escolar entendam que a aviação pode ser a realidade deles.
“É o meu propósito de vida, fazer com que isso aconteça.” A comissária que é completamente apaixonada pela sua profissão que exerce há mais de uma década, tem como um de seus sonhos fazer com que mais pessoas como ela possa sentir essa paixão.
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