Ainda são poucas as empresas brasileiras que focam em atrair talentos diversos para seu time de profissionais, por isso, em parceria com o Instituto Guetto, o Indeed realizou uma pesquisa com 245 profissionais negros para entender suas percepções sobre o mercado de trabalho atual no Brasil.
Segundo a pesquisa, 17% dos profissionais declararam já ter mudado de emprego por conta de práticas racistas nas empresas. Ainda, 44.5% dos profissionais consideraria trocar de emprego se sofresse ou presenciasse discriminação racial. Para Vitor Del Rey, presidente do Instituto Guetto, os dados refletem que as empresas precisam abordar essas questões internamente e se esforçar para aumentar o senso de pertencimento de seus colaboradores, o que vai afetar diretamente a retenção de talentos.
“É necessário que as empresas fomentem uma cultura aberta às pessoas negras a partir de uma educação racial do setor de RH e com os demais funcionários da empresa. Os profissionais negros precisam se sentir respeitados, ouvidos, pertencentes e capacitados na instituição desde o processo de seleção até cargos de prestígio”. Para Del Rey, as empresas perdem por não investir em políticas internas de RH para integração e inclusão desses profissionais.
Como as empresas podem promover diversidade?
Para mudar o cenário de discriminação nos processos de contratação, 34% dos profissionais entrevistados acreditam que processos seletivos só para negros são eficazes para o aproveitamento de talentos de pessoas negras de uma maneira mais inclusiva. Apesar de gerar controvérsias, a medida é importante por reconhecer o racismo histórico no Brasil e um esforço para tentar repará-lo. O fator decisivo para 57% dos profissionais negros entrevistados ao escolherem a empresa que querem trabalhar é o nível de engajamento da organização com a inclusão e diversidade.