Homenageando Carolina Maria de Jesus, Ministério da Cultura lança edital focado em obras escritas por mulheres

O Ministério da Cultura (MinC) lançou nesta quarta-feira (5), o Prêmio Carolina Maria de Jesus de Literatura. O edital destinará R$ 2 milhões para a seleção de 40 obras inéditas escritas por mulheres. Cada uma das contempladas receberá R$ 50 mil.

“Esse Edital é estratégico, pois incentiva a produção literária feminina, amplia a diversidade na literatura e, consequentemente, a diversidade cultural. Além disso, o apoio a escritoras é fundamental para o fortalecimento da cadeia produtiva do livro e o fomento da leitura a partir da seleção de obras de qualidade chancelada pelo Ministério da Cultura”, destacou a ministra Margareth Menezes. Das 40 obras a serem premiadas, 20% (8) deverão ser de mulheres negras, 10% (4) para mulheres indígenas, 10% (4) para mulheres com deficiência, 5% (2) para mulheres ciganas e 5% (2) para mulheres quilombolas. A Comissão de Seleção também será composta apenas por mulheres, seis no total.

“O Edital é importante porque ele se orienta pelas diretrizes do governo Lula de promoção da diversidade de gênero e étnica, bem como da cidadania e acessibilidade cultural. Ele celebra o nome de Carolina Maria de Jesus para promover a literatura brasileira escrita por mulheres, fomenta os processos de criação e difusão literária numa perspectiva de políticas afirmativas. Além disso, será o primeiro edital do MinC em linguagem simples, direito visual e design editorial, podendo ser um elemento orientador para outros editais”, destaca o secretário de Formação, Livro e Leitura do MinC, Fabiano Piúba.

As inscrições serão abertas no dia 12 de abril através deste link (clique aqui) e poderão concorrer contos, crônicas, poesias, histórias em quadrinhos, romances e roteiros de teatro.

 

Carolina Maria de Jesus. Foto: Audálio Dantas.

O edital homenageia Carolina Maria de Jesus, escritora brasileira, nascida em Sacramento, Minas Gerais, em 14 de março de 1914. Filha de pais pobres, não teve oportunidade de frequentar a escola, e aprendeu a ler e escrever sozinha. Em 1947, mudou-se para São Paulo com seus três filhos e passou a morar em uma favela na região do Canindé. Lá, trabalhou como catadora de papel e, em meio à pobreza e à exclusão social, começou a escrever sobre sua vida e a vida das pessoas ao seu redor em cadernos que encontrava no lixo.

Em 1960, seu diário foi descoberto pelo jornalista Audálio Dantas, que a levou para a editora Francisco Alves. Em agosto daquele ano, foi publicado seu livro mais conhecido, “Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada”, que vendeu mais de 100 mil exemplares em sua primeira edição. O livro foi um sucesso de crítica e público, e tornou Carolina Maria de Jesus uma figura reconhecida nacional e internacionalmente.

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