“Empoderamento Contábil” fortalece microempreendedoras periféricas a partir da gestão financeira

Filha de uma técnica de enfermagem e de um serralheiro, Ludmila Hastenreiter, criadora do “Empoderamento Contábil”, foi a primeira da família a concluir um curso superior. Formou-se em algumas das principais universidades do país e fez especialização nos Estados Unidos, ambas com bolsa integral. Sobre sua experiência internacional, foi aprovada em um curso concorridíssimo da Ohio University, mas o sonho só se concretizou por meio de uma campanha de financiamento coletivo, que custeou a viagem. Toda essa experiência só reforçou os laços com o seu propósito.

“Percebi que as mulheres periféricas que são empreendedoras individuais precisavam receber informações de gestão financeira e contábil, tudo em uma linguagem descomplicada. Comecei com ações voluntárias, eventos gratuitos, que faço até hoje, para levar algum conhecimento para elas. Com o tempo, desenvolvi uma consultoria personalizada a um preço bem popular, a partir de R$ 97, para que elas possam trabalhar na formalidade, o que é muito importante até para que consigam empréstimos que possibilitem investir no próprio negócio”, conta.

Nos deslocamentos da Baixada para a Zona Sul da capital fluminense, para estudar e trabalhar,  cruzou o caminho de diversas mulheres. diaristas, ambulantes, manicures…  Empreendedoras individuais invisíveis para muitos, mas não para ela, que passou a usar os seus conhecimentos para melhorar a realidade que a imensa maioria enfrenta de forma solitária.

Daí surgiu a Empoderamento Contábil, primeiro negócio de impacto social do país com foco em Contabilidade e Gestão Financeira para micronegócios periféricos liderados por mulheres, com a missão de fortalecer empreendedoras de periferias do Rio de Janeiro e do Brasil para se tornarem agentes de transformação de suas próprias histórias por meio do conhecimento em Contabilidade e Finanças.

Em três anos, mais de 2 mil mulheres foram fortalecidas com conhecimento que as apoiam a transformar seus micronegócios (que para muitas é apenas um “bico”), em empresas cheias de potencial. Além disso, vários eventos gratuitos foram realizados de forma independente ou em parceria com coletivos, microempreendedoras e OSC’s (Organizações da Sociedade Civil). A iniciativa vem ganhando cada vez mais espaço, como o convite para participar do projeto “Repercutindo Histórias”, do Grupo Globo, e de workshops com a organização da Copa América no Brasil.

Desde o início da pandemia de Covid-19, a demanda da Empoderamento Contábil aumentou, o que fez com que Ludmila ampliasse a sua atuação para as redes sociais, promovendo encontros online, produzindo conteúdos sobre gestão de pequenos empreendimentos e tirando dúvidas recorrentes do seu público-alvo por meio do perfil @empoderamentocontabil no Instagram.

“A procura da mulher que quer saber como ter um CNPJ, como se tornar MEI (Micro Empreendedora Individual) e como emitir nota fiscal cresceu bastante desde a pandemia. Sinto que, cada vez mais, a mulher quer deixar de trabalhar com carteira assinada para conquistar uma fonte de renda sem abrir mão do contato com os filhos”, analisa.

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