Diferente do que vem acontecendo nos Estados Unidos, onde grandes empresas estão revisando suas agendas de ESG (Environmental, Social, and Governance) em alinhamento com a nova política que permeará as relações institucionais no país sob o governo de Donald Trump, no Brasil, grupos empresariais estão reforçando seu compromisso com a Diversidade, Equidade e Inclusão (DE&I).
Na última semana, oito grupos que reúnem mais de 500 empresas com atuação no país divulgaram um manifesto em defesa dessas políticas. Nesta segunda-feira (4), a C&A Brasil somou-se ao movimento, reafirmando seu “compromisso inegociável” com a pauta.
Em nota, a varejista de moda anunciou metas ambiciosas para os próximos anos. Até 2030, a empresa pretende manter pelo menos 60% dos cargos de liderança ocupados por mulheres — hoje, o índice já supera a marca, atingindo 66%. Outro objetivo é ampliar a representatividade de pessoas pretas, pardas e indígenas em posições gerenciais, passando dos atuais 18,5% para 30%. A companhia também destacou que, em 2023, 18,5% de seus funcionários se autodeclararam LGBTI+, reforçando a busca por um ambiente plural e inclusivo.
— Uma empresa só é relevante quando está verdadeiramente conectada às necessidades e características da sociedade. Diversidade, inclusão e sustentabilidade não são apenas compromissos, mas alicerces que sustentam nossa visão de futuro. Continuaremos a liderar pelo exemplo, promovendo escolhas conscientes e com impacto positivo em todas as nossas ações — afirmou Paulo Correa, CEO da C&A Brasil, em nota à imprensa.
Além das iniciativas voltadas à diversidade, a C&A mantém seu compromisso com a sustentabilidade. A empresa está revisando sua meta climática para alinhá-la aos parâmetros de aquecimento global de 1,5°C, estabelecidos pelo Acordo de Paris em 2015, e reforçando ações para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
Após a eleição de Donald Trump, que tomou posse oficialmente como presidente dos Estados Unidos em cerimônia realizada em Washington, nos EUA no dia 20 de janeiro deste ano, empresas como a Meta, Walmart, McDonald’s, Amazon e Google anunciaram que iam revisar suas políticas de DE&I, alinhando-se ao discurso do atual líder político do país onde estão inseridas.
A decisão tem causado repercussões no mundo inteiro, em especial pelas declarações recentes feitas por Mark Zuckerberg, CEO da Meta, que afirmou que as empresas precisavam de mais energia masculina. O executivo também comunicou a dissolução de equipes de checagem fato do Instagram e a retirada de filtros de palavras que ajudavam a barrar comentários que utilizassem termos pejorativos ou ofensivos.
No Brasil, o McDonald’s informou que o fim das políticas de DE&I ficariam restritas aos Estados Unidos, mantendo a agenda ESG no país.