Startups lideradas por pessoas negras formam apenas 25% do ecossistema no país. A informação é do BlackOut – Mapa das Startups 2021, divulgado pela BlackRocks Startups (BRS). O objetivo do mapeamento inédito é promover o fortalecimento do ecossistema de startups com dados relevantes sobre os negócios. Confira: http://www.blackrocks.com.br/estudo/
Para o mapeamento, foram ouvidas 2.571 lideranças de startups em todo o país em parceria com a ABStartups para a captação dos dados. Uma em cada quatro se declarou preta ou parda. Se a população brasileira estivesse representada no ecossistema de inovação, o número de startups negras deveria ser, no mínimo, o dobro do registrado atualmente.
Este é o primeiro mapa de startups lideradas por pessoas negras no país e tem como benefícios ajudar a aumentar a visibilidade das startups participantes. Outra possibilidade é atrair investimentos e parceiros e promover visibilidade nacional, já que a base é utilizada como pesquisa para jornalistas, investidores, gestores públicos e grandes corporações. Além disso, pode contribuir para fortalecer o ecossistema de startups e criação de políticas públicas e mecanismos que fortaleçam os empreendedores e facilitar a promoção da equidade racial no ecossistema de startups.
“Os dados apontam o valor e a importância dos empreendedores negros no ecossistema de startups”, diz Maitê Lourenço, fundadora e CEO da BlackRocks, hub que acelera empreendimentos comandados por negros. “O acesso à investimentos, educação e à tecnologia são capazes de tirar a população negra desse eixo de continuidade das consequências da escravidão e levá-la para outro patamar.”
Em relação a dados geográficos, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais aparecem entre os estados com maior concentração de empresas negras. Estes estados apresentam 24,6%, 10,2% e 9,4% de lideranças negras, respectivamente.
A pesquisa também apontou que 89,8% das startups lideradas por negros nasceram entre 2015 e 2021. Segundo os especialistas, isso indica um momento de aceleração desses negócios. Em relação à presença ou não no mercado estrangeiro, entre as startups não negras, 18,3% possuem negócios no exterior. Entre as negras, 15%. Há ainda outros comparativos traçados pela pesquisa como dados sobre idade, gênero, raça e etnia, escolaridade e modelos de negócios.
“Até hoje, depois de quase uma década que o ecossistema de startups existe no Brasil, não havia dados suficientes sobre a maioria da população. Ou seja, ações efetivas deixavam de acontecer por não termos informações suficientes sobre segmento, regiões, maturidade dos negócios e etc. Este mapeamento é inédito e queremos trazer mais uma vez a discussão sobre o potencial da população negra”, explica Maitê Lourenço, CEO da BRS.