Falar sobre a jornalista Maju Coutinho é algo que sempre gera cliques, engajamento, enfim é um assunto que vale a pena repercutir em um mundo que fatura, literalmente, com o compartilhamento de notícias.
A trajetória da Maju tem sido crescente e consistente. Desde quando ela foi escolhida para falar sobre o clima no Jornal Nacional, até agora, como apresentadora do Jornal Hoje, o Brasil tem seus olhares voltados à jornalista que etnicamente, representa a maioria da sua população.
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Desde que assumiu a nova função no programa jornalístico mais assistindo durante à tarde , muitas notícias têm sido destaques em grandes portais com críticas à atuação de Maju.
O volume do cabelo da jornalista, que teve que usar aplique e seu “nervosismo”, foram algumas das informações que chegaram a imprensa divulgando informações de fontes que obviamente não torcem pelo sucesso da Maju.
O jornal Correio 24 Horas, por exemplo, chegou a divulgar que os erros gramaticais, que na verdade sabemos que são erros de pronúncia, estão sendo contabilizado. Eles reproduziram uma matéria originalmente feita pelo UOL.
A matéria original, descreve esses erros, como se isso tivesse alguma relevância quando comparados à carreira de Maju:
“No JH de ontem (8), Maju reduziu os erros para seis. Engoliu um “m” ao falar “desastre abiental”, esqueceu do plural em “23 amostra” e errou a concordância de gênero com “aquela divórcio”.Mesmo tomando cuidado com as palavras grandes, se embananou com “parlamentares”.
Qual a intenção da exposição desses erros que diariamente notamos em vários telejornais e textos de site (inclusive esse)?
Esse incômodo com a perseguição midiática contra a Maju, não passou desapercebido no Twitter:
"Alguns acreditam que lhe falta maturidade e apontam que há profissionais mais experientes e competentes para apresentar o Jornal Hoje"
zero pessoas chocadas com a branquitude quando avaliam negros.
https://t.co/A10DQqOU4M— AFRO REVOLT (@afrorevolt) October 9, 2019
https://twitter.com/thiamparo/status/1181986027600273408
A mídia desumaniza a figura da Maju ao expor dados tóxicos, vindos de fontes com intenções duvidosas. Essas notícias são irrelevantes perto da trajetória da jornalista, não ajudam uma mulher negra recém chegada à um espaço de tamanha exposição.
Sim, essa crueldade é alimentada por pessoas de dentro da Globo que deixam informações de bastidores “vazarem” com o intuito de tirar o merecimento que a jornalista tem de ocupar esse posto, que inclusive, deveria ter sido ocupado há tempos.
Temos que ficar atentos e não ignorar a cor da vítima desses ataques e não admitir essas insinuações absurdas sobre o despreparo de Maju Coutinho.