Luan Silva Santos do Nascimento conteve sua paixão por bonecas durante toda sua infância. Hoje ele tem 24 anos, mas foi criança naquela época onde a discussão de gênero na brincadeira, nem era um assunto. “Essa coisa de poder trocar de roupa e pentear o cabelos, sempre me interessou”, explica o estudante de biblioteconomia da UFRJ, que só em 2017, depois de ter se revelado gay para sua família, finalmente pode se entregar ao seu fascínio pode bonecas com um estímulo mais que especial, uma Barbie negra no meio de muitas outras bonecas doadas pela patroa da sua mãe.
“Eu confesso que nunca tinha visto uma Barbie negra e aí comecei a pesquisar. A partir daí comecei a costurar e testar tudo nelas. Algumas comprei, outras ganhei da minha mãe”, detalha Luan que mantém um perfil no Instagram onde seu talento pode ser visto por meio de fotos de bonecas inspiradas em mulheres do continente africano.
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“Minha inspiração é a cultura negra, mas eu me inspiro muito em Instagrans de bonecas também. Do ano passado para cá, eu tenho tentado usá-las como ferramenta para falar sobre religião, História e moda. Tudo voltado para cultura negra”, relata.
De acordo com Luan, suas bonecas ajudam a aumentar o interesse das pessoas sobre a cultura negra e quebrar alguns preconceitos. Uma amiga dele começou a pesquisar sobre religiões afro, depois de ter visto suas bonecas.
A mãe (maravilhosa) do estudante é sua maior incentivadora. “Minha mãe me dá os tecidos. Como ela trabalhava em casa de família, a patroa dava, além das bonecas, muitas roupas para doar. Aí eu pegava algumas estampas legais para costurar. Eu também faço os acessórios e as botas, menos os sapatinhos”.
Luan já pegou trabalhos para customizar essas bonecas para pessoas próximas, e pretende ampliar sua atuação. “Eu quero facilitar o acesso das pessoas a essas bonecas, porque elas se parecem com muitas meninas por aí, e meninos também”.
Quem estiver interessado pelo trabalho de Luan, deve entrar em contato com ele, diretamente, via Instagram.