Segundo dados da Sociedade Brasileira do Cabelo (SBC), mais de 42 milhões de brasileiros são afetados pela alopecia, também conhecida como calvície. A pesquisa também aponta que 80% dos homens após os 80 anos sofrem de calvície e 30% das mulheres com mais de 50 anos também podem apresentar alguma experiência com a queda dos fios de forma acentuada.
Independente do sexo, o cabelo é um dos principais fatores que influenciam na autoestima dos seres humanos e lidar com a perda dele não é um processo tão simples.
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Pensando nesses dados, Lucas Preto, CEO da Africarioca, desenvolveu o Baldlocs, técnica que possibilita pessoas com calvície usarem dreads. A modalidade desenvolvida pelo profissional atende desde o formato do rosto até a classificação capilar de uma pessoa com calvície e tem atraído pessoas de todas as partes do Brasil por renovar a autoestima de homens e mulheres que sofrem com a perda dos cabelos.
“Só quem sofre com calvície sabe o desafio que é estar de bem com o espelho. Nossa pretensão é conseguir espalhar isso pelo mundo e ajudar o máximo de pessoas possíveis”, comenta Lucas Preto, CEO da Africarioca Conceito e desenvolvedor dos Baldlocs.
A técnica dos Baldlocs foi desenvolvida por Lucas há um ano e meio, como ideia para inovar no mercado da beleza afro. Autodidata no ramo da estética capilar, todo o processo criado pelo empreendedor, desde a produção da base do cabelo até a aplicação nos clientes, é autoral. O procedimento é realizado com needle technique (técnica de agulha) e não utiliza nenhuma substância danosa ao couro cabeludo, possibilitando e estimulando o crescimento nas regiões ainda propícias a terem fios.
“Costumo dizer que a ideia dos Baldlocks foi um presente que Deus me deu. Criei a técnica na minha cabeça, passei mais de 19 horas fazendo no primeiro cliente e deu muito certo. Não existe nada no Brasil ou no mundo parecido. Ver o que a Africarioca tem se tornado é a validação de todo o trabalho duro que estamos fazendo. Quem diria que aquela barbearia que começou com R$ 3 mil emprestados por um amigo iria se tornar essa potência”, ressalta Lucas Preto.
Mais do que nunca, neste mês da Consciência Negra, celebrada no dia 20 de novembro, a arte de fazer dreads é uma forma de demonstrar resistência frente ao racismo, que perpassa a estética de pessoas pretas. Marginalizados, os dreads, as tranças e o black power são hoje símbolos que marcam a luta de movimentos sociais e resgata a cultura africana. Com um público majoritariamente negro e periférico, sendo 70% da Zona Norte e da Baixada Fluminense, a Africarioca também tem sido responsável pela recuperação da autoestima de pretos e pretas cariocas.