O atacante Vinicius Jr e o Real Madrid optaram por não comparecer à cerimônia de entrega da Bola de Ouro, promovida pela revista France Football, em Paris, nesta segunda-feira (30). A ausência do jogador brasileiro é interpretada por veículos internacionais, como o jornal espanhol Marca, como um protesto em relação à não nomeação de Vinicius Jr para o prêmio de melhor do mundo, apesar de sua temporada expressiva pelo clube espanhol.
De acordo com informações divulgadas pela imprensa espanhola, o vencedor deste ano será o meio-campista Rodri, do Manchester City e da seleção espanhola. A decisão de privilegiar o espanhol ao invés de Vinicius Jr gerou críticas e alimentou debates sobre justiça nas escolhas da premiação, especialmente considerando o desempenho do brasileiro, que marcou 24 gols na temporada 2023/2024 e teve um papel fundamental no Real Madrid.
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Jornalistas e analistas esportivos levantaram ainda outro ponto sensível: a postura combativa de Vinicius Jr contra o racismo nos campos da Europa. Para parte da imprensa internacional, o jogador teria sido penalizado por suas manifestações públicas e seu enfrentamento direto a episódios de racismo, o que poderia ter influenciado negativamente sua avaliação junto aos votantes.
Desde 2007, quando Kaká recebeu o troféu, nenhum brasileiro venceu a premiação da France Football. E, antes de Kaká, o último jogador negro a conquistar o título de melhor do mundo foi Ronaldinho Gaúcho, em 2006. O caso de Vinicius Jr reacende discussões sobre os critérios adotados na escolha do vencedor, bem como o papel da postura extracampo no reconhecimento de atletas que se destacam em campanhas pela igualdade racial e justiça social no esporte.
A cerimônia da Bola de Ouro acontecerá na capital francesa na noite de hoje, mas a ausência de um dos jogadores mais comentados da última temporada parece já antecipar o tom de insatisfação que ronda o evento.