Em estreia da segunda temporada de “Coisa Mais Linda”, Larissa Nunes reveza seu tempo entre atuar, cantar e compor, atividade que desenvolve desde a pré-adolescência. A personagem, que está em cena desde o começo da história, ganhará novos contornos e possibilidades na segunda temporada, com estreia prevista para o dia 19 de junho.
“Ivone terá sua história mais desenvolvida, com mais conflitos. Mesmo sendo a caçula, ela tem personalidade forte, é ousada, rebelde e um pouco despreparada. Embora a trama se passa nos anos 1960, há traços muito marcantes e atuais nesta personagem, que carrega uma certa ‘inconformidade’ com a situação dela e da irmã. A série levanta debates sobre a luta das mulheres em diversas instâncias sociais, cada uma na sua luta específica, e todas estão buscando espaço em especial as mulheres negras, que já trabalhavam para conseguir sobreviver, enfrentando machismo, racismo e falta de apoio”, diz Larissa Nunes.
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Atriz formada pela Escola de Arte Dramática (USP), a paulistana de 24 anos, Larissa fez sua estreia no streaming numa participação na série “3%”. “Foi importante porque nunca havia entrado num set. Embora rápido, foi muito bom conhecer o funcionamento de uma produção de cinema”, relembra ela, que na ocasião deu vida à Carmem, uma candidata para o Mar Alto.
Sem nunca ter feito aulas de canto, Larissa lançou recentemente o seu segundo EP, passeando entre estilos musicais variados, como o Pop, o Hip Hop e o Neo-Soul. “Eu sempre tive a arte como um refúgio e, aos poucos, fui querendo levar isso mais a sério. Gosto de dizer que nasci com essa vontade e fui só desenvolvendo”, ressalta.
O segundo EP, “Quando Ismália Enlouqueceu…”, é uma mixtape de confinamento, gravada em casa durante a quarentena.
“Canto desde os cinco anos, mas só comecei a escrever música aos 12. Quando a carreira no teatro começou, deixei de lado o sonho de ser cantora. Porém, em 2017 eu encontrei a Carranca Records, um coletivo de rap paulistano, e eles me convenceram a gravar “LARINU”, meu primeiro EP, com três faixas autorais. Foi aí que me dei o apelido Larinu, pra diferenciar a carreira de atriz com a de cantora”, diverte-se a artista, que compõe todas as suas canções.
Antes de se formar atriz, ela passou pela faculdade de jornalismo e trabalhou em banco. “Minha mãe teve muita resistência em me aceitar como artista. Foi difícil pra minha família. Hoje entendo que o mercado reflete muito a sociedade que vivemos. Os artistas negros têm tido novas conquistas, surgiram oportunidades nos grandes meios e a galera também está se produzindo de forma autônoma. Porém, o espaço dado é muito pouco perto da quantidade de negros no país e na arte. Sinto que a cada conquista que tenho, mais e mais preciso conquistar, porque tudo parece escasso. No final das contas, eu quero apenas mostrar meu trabalho e ser reconhecida por ele”, finaliza.