Mundo Negro

Atlas da Violência: Jovens negros são 73% das vítimas de homicídios no Brasil

A denúncia contra o genocídio da população negra tem sido uma pauta constante do movimento negro e ainda permanece diante de políticas públicas ineficientes no combate às violências que tiram nossas vidas. De acordo com dados recentes publicados pelo relatório do Atlas da Violência, divulgados na última terça-feira, 18, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, os jovens negros somam 73% das vítimas de homicídio no país.

Entre os anos de 2012 e 2022, dos 609.697 mil homicídios registrados, 445.442 das vítimas eram pretos e pardos, contabilizando 73% do total de pessoas mortas no Brasil, sendo mais da metade delas jovens com idades entre 15 e 29 anos. O relatório registra ainda que 111 pessoas negras foram mortas por dia no Brasil, uma soma 2,7 vezes maior do que o registro de pessoas não negras assassinadas no país.

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O uso de armas de fogo foi responsável por 81% desses homicídios, resultando na perda de 12,3 milhões de anos de vida. Em segundo e terceiro lugares estão, respectivamente, os homicídios causados por instrumentos perfurantes, como facas, e por objetos contundentes, como, por exemplo, pedaços de madeira.

Violência sexual contra meninas

O relatório também destaca a violência sexual contra meninas de 10 a 14 anos. Em 2022, 49,6% das meninas nessa faixa etária atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) por violência foram vítimas de violência sexual, envolvendo abuso de poder para forçar interações sexuais.

Outro dado mostra que a violência contra mulheres varia conforme a idade. Na primeira infância, a negligência é mais comum, cometida por pais ou responsáveis. Entre 10 e 14 anos, a violência sexual é prevalente, com pais e padrastos como principais agressores. De 15 a 69 anos, a violência física predomina, geralmente praticada por parceiros íntimos ou familiares.

A subnotificação de homicídios também é uma questão levantada pelo Atlas da Violência, considerando que 131.562 mortes violentas no período não tiveram a causa básica identificada, sugerindo uma subnotificação de homicídios. Com a inclusão desses casos, o total de homicídios no período subiria para 661.423.

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