Por Rafa Bastos – Nutricionista
Manchas escurecidas com textura aveludada na pele — especialmente no pescoço, axilas e virilhas — não são sujeira, nem sinal de falta de higiene. Esses sinais podem indicar um desequilíbrio metabólico importante, como resistência à insulina, condição comum em pessoas com obesidade, pré-diabetes ou diabetes tipo 2.
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Esse quadro clínico é conhecido como acantose nigricans, uma alteração cutânea provocada pelo excesso de insulina circulante no sangue. A insulina em níveis elevados estimula hormônios como o IGF-1 (fator de crescimento semelhante à insulina tipo 1), que atua nas células da epiderme e provoca o escurecimento e o espessamento da pele em regiões específicas do corpo.
É fundamental destacar que a população negra é desproporcionalmente afetada pelo diabetes tipo 2, uma realidade fortemente influenciada pelo racismo estrutural, que impacta o acesso à saúde, alimentação adequada e oportunidades de cuidado preventivo.
Por isso, reconhecer sinais como a acantose nigricans é um passo importante para o diagnóstico precoce e a interrupção do avanço de doenças silenciosas, mas graves. No Brasil, quase metade das pessoas com diabetes não sabem que têm a doença — estima-se que 46% vivem com o diagnóstico desconhecido. Isso reforça a importância da informação, do cuidado e da escuta atenta aos sinais que o corpo dá.
Diante de sinais como estes, é importante buscar avaliação com profissionais de saúde qualificados. Investigar precocemente alterações metabólicas pode prevenir o agravamento de condições como o diabetes tipo 2, especialmente em populações mais vulnerabilizadas pelo racismo estrutural.
A atuação integrada de médicos, nutricionistas e outros profissionais é essencial para o diagnóstico e manejo adequado, promovendo não apenas o controle da doença, mas também mais qualidade de vida e acesso a cuidados que respeitem as especificidades de cada pessoa.
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