Mais um caso de abuso policial contra comunidade negra durante a pandemia virou notícia nesse final de semana. Uma comerciante, uma senhora negra, de 51 anos, desarmada foi mobilizada e teve seu pescoço pisoteado durante uma ação policial em Parelheiros, zona Sul de São Paulo. O caso aconteceu no dia 31 de maio. A senhora que não quis se identificada por medo, teve a tíbia fraturada e mesmo assim ficou detida durante um dia.
Apesar da comerciante ter sobrevivido, o caso lembra muito o que aconteceu com o George Floyd, assassinado por um policial branco, no dia 25 de maio, nos EUA, por conta da maneira com que o policial usou seu pé para jogar seu peso contra a cabeça da senhora. “Quanto mais eu me debatia, mas ele apertava a botina no meu pescoço”, descreveu a comerciante para o site O Dia.
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A jornalista Maíra Azevedo, a Tia Má, comentou a apatia na repercussão desse abuso, sobretudo das pessoas que há poucas semanas atrás usaram seus perfis nas redes sociais para dizer que vidas negras importam.
“Eu avisei que as telas pretas aqui eram apenas modismo. Queriam imitar as celebridades norte americanas e seguir a hype do engajamento na luta pelo fim do racismo, pq (sic) isso estava gerando like. Agora, a onda passou e nossos corpos pretos seguem sendo assassinados, jogados no chão e enforcados, mas ninguém se importa. E não vão postar nada para não bagunçar o #feed. Enquanto nossas vidas seguem bagunçadas e banalizadas, disse Maíra em seu perfil no Instagram” descreve Maíra.
A jornalista acredita que “existe um fetiche na branquitude em assistir corpos pretos sendo agredidos”.
O Governador de São Paulo João Dória confirmou o afastamento dos policias envolvidos que irão responder a inquérito e disse ser “ inaceitável a conduta de violência desnecessária de alguns policiais”.