Mesmo com os esforços de iniciativas que trabalharam para divulgar candidaturas negras durante as eleições municipais, apenas 3 em cada 10 prefeitos eleitos no primeiro turno são autodeclarados negros. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgados no último domingo, 6, e publicados pelo jornal Folha de S. Paulo, foram escolhidos um total de 1.841 candidatos negros para o cargo de prefeito, entre eles, 127 se autodeclaram pretos e 1.714 afirmam ser pardos.
Em agosto, o TSE divulgou o registro de 240.587 candidatos negros, o que representa 52,7% das candidaturas. Foi a segunda vez na história que o número de candidatos negros superou o de brancos, que representaram 215.763, entre candidatos a prefeito, vice-prefeitos e vereadores.
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O levantamento mostra que a maioria dos prefeitos negros foi eleito em municípios do Nordeste. A região elegeu 184 prefeitos, enquanto o Sudeste nomeou 149 prefeitos negros à principal cadeira municipal, o Sul, 50 e o Norte, 42. A coleta de dados sobre declaração racial dos candidatos começou a ser feita pelo Tribunal Superior Eleitoral em 2016.
Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) revelam que, apesar de avanços no número de candidaturas negras, a sub-representação desses grupos entre os eleitos ainda é significativa. Em 2018, as candidaturas negras representaram 46,4% do total; em 2020, esse número chegou a 50%, e em 2022, atingiu 50,27%. No entanto, o reflexo nas casas legislativas foi insuficiente. Nas eleições municipais de 2020, 771 câmaras (13,86%) não elegeram nenhuma pessoa negra. Além disso, quase 54% dos vereadores eleitos se autodeclararam brancos. A desigualdade persiste também no cargo de prefeito: em 2020, 67% dos eleitos eram brancos, enquanto apenas 32% se declararam pretos ou pardos.