O ensino superior brasileiro mantém os professores negros em minoria. Segundo o Censo da Educação Superior do Inep, apenas 21% dos docentes se declaram pretos ou pardos, embora negros e pardos representem mais da metade da população do país. O dado evidencia a persistente desigualdade racial e a falta de representatividade no ambiente acadêmico.
Embora políticas públicas como a Lei de Cotas (Lei nº 12.990/2014) tenham ampliado o acesso de estudantes negros às universidades, a presença de docentes negros permanece aquém da realidade demográfica do país. Em 2023, apenas 2,9% dos professores universitários se autodeclararam pretos, e 18,2% pardos, totalizando 21% de docentes negros. Esses números contrastam com os 55,5% de brasileiros que se identificam como pretos ou pardos, conforme o Censo de 2022 do IBGE (Brasil de Fato).
Notícias Relacionadas

A ausência de professores negros nas universidades reflete uma estrutura educacional excludente que limita o acesso e a permanência desse grupo em posições acadêmicas. Segundo estudo da Fiquem Sabendo, apenas 2,9% dos docentes se identificam como pretos, correspondendo a menos de um terço da proporção de pretos na população brasileira (10,2%).
Especialistas apontam que a falta de representatividade negra no corpo docente impacta negativamente o senso de pertencimento dos estudantes negros. A ausência de modelos acadêmicos que compartilham experiências e trajetórias semelhantes pode desencorajar a permanência e o sucesso desses alunos no ensino superior. Além disso, a escassez de docentes negros limita a diversidade de perspectivas e a produção de conhecimento que reflita a pluralidade da sociedade brasileira.
Apesar dos avanços nas políticas de inclusão, como a ampliação do ingresso de estudantes negros nas universidades, a representatividade docente permanece um desafio. A implementação efetiva de cotas raciais nos concursos públicos é essencial para corrigir essa distorção histórica e promover uma educação mais justa e plural.
Neste Dia dos Professores, é fundamental refletirmos sobre a importância da representatividade negra no ensino superior. A presença de docentes negros não é apenas uma questão de justiça social, mas também um imperativo para a construção de uma educação que verdadeiramente reflita a diversidade e a riqueza cultural do Brasil.
É necessário um compromisso coletivo para transformar essa realidade, por meio de políticas públicas eficazes, ações afirmativas e uma mudança estrutural que promova a equidade racial no ambiente acadêmico. Somente assim poderemos garantir uma educação superior que seja verdadeiramente inclusiva e representativa de toda a sociedade brasileira.
Notícias Recentes
