Mundo Negro

AFRONTA!: Série brasileira dirigida por Juliana Vicente estreia na Netflix

Escrita e dirigida pela cineasta brasileira Juliana Vicente, idealizadora da Preta Portê FilmesAfronta! é uma produção dividida em 26 episódios que traz nomes de destaque na cena negra contemporânea, como a deputada estadual Erica Malunguinho; a bailarina Ingrid Silva, do Dance Theatre of Harlem; a digital influencer Magá Moura e as cantoras Xenia França, Karol Conka e Liniker.

Já disponível na Netflix, a série documental estreia sua 1ª temporada em países da África e da América Latina, Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Espanha, Portugal, Austrália, Nova Zelândia e Brasil que, fora da continente africano, concentra a maior população negra do mundo.

Afronta! foi feita para ser um diálogo sobre representatividade, igualdade, autonomia e rede, mas ganha ainda mais potência quando outras pessoas da nossa comunidade podem se reconhecer na tela, ver nossas histórias pessoais e profissionais e confirmar para o mundo que podemos ocupar espaços não só no audiovisual, mas na sociedade. Afronta! parte dessa rede, na qual também me incluo, e cria uma rede de afeto que reflete como estamos reescrevendo a nossa história de forma propositiva. Ter a exibição disponível nas Américas, Europa e principalmente em África é a possibilidade de nos narrarmos em primeira pessoa para o mundo e possibilitar a conexão da rede maior, da diáspora africana”, celebra Juliana.

Filmado em 2017 em diversos cantos do país, como Recife, Bahia, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, e nos EUA, os convidados são músicos, bailarinos, atores, curadores de arte, artistas visuais, DJs, poetas, cineastas, produtores culturais, comunicadores e empreendedores que, sob a perspectiva do protagonismo, do pertencimento, da ancestralidade e do afrofuturismo como movimento estético e filosófico, partilham suas trajetórias, conquistas e inquietações.

Os registros de 15 minutos apresentam reflexões que contribuem para uma compreensão mundial de como os negros brasileiros estão criando uma rede de apoio e gerando autonomia para subverter uma realidade paradoxal e estruturalmente racista em um país onde mais da metade da população é autodeclarada negra.

Entre os entrevistados, a educadora e artista plástica pernambucana Erica Malunguinho, primeira mulher transexual a ocupar o cargo de deputada estadual na Assembleia Legislativa de São Paulo. Ela é criadora do Quilombo Urbano Aparelha Luzia, um importante espaço de encontros e criação artística em São Paulo.

Também participam as cantoras Anelis AssumpçãoTássia Reis e Raquel Virgínia; as empreendedoras Loo Nascimento Daniele DaMata, o rapper Rincon Sapiência; os produtores culturais Jack e Miranda (Batekoo) e Tracie e Tasha Okereke; os cineastas Gabriel MartinsAndré Novais e Yasmin Thayná; a diretora criativa Diane Lima; a dramaturga Grace Passô; os artistas Benjamin AbrasJuliana Luna e Mariana de Matos; o produtor musical Mahal Pita; a jornalista Thamyra Thâmara; a grafiteira Criola; e a atriz carioca Dani Ornellas, que tem uma trajetória de mais de 20 anos de carreira em teatro, televisão e cinema. Ela integra o elenco do filme “Modo avião”, também disponível na Netflix.

Construir pontes na diáspora

Em abril, a convite do coletivo de cinema Array, fundado pela diretora norte-americana Ava DuVernay, Juliana participou do #ARRAYVoices IG Live junto a outras diretoras negras brasileiras para discutir e partilhar suas experiências e trabalhos, além de considerações acerca de projetos de cinema e tevê com narrativas negras sendo contadas a partir de perspectivas brancas e masculinas. O encontro foi organizado por Mercedes Yolanda, que visitou a Preta Portê Filmes em 2018. 

Notícias Relacionadas


Dois anos mais tarde, a proposta de encontro online foi motivada por uma declaração racista que reverberou nas redes sociais e na imprensa nacional em torno da suposta ausência de diretores negros e do questionamento da competência dos mesmos para assumir a direção de um documentário sobre a vida de Marielle Franco (1979-2018), vereadora negra assassinada a tiros no Rio de Janeiro em um crime que passa de anos sem nenhuma resposta e justiça.

Ava dirigiu “Selma – A marcha da liberdade” (2014), “13ª Emenda” (2016), “Uma dobra no tempo” (2018), “Olhos que condenam” (2019), dentre outros importantes trabalhos que jogam luz sobre questões pertinentes à luta antirracista e ao imaginário e narrativas de negros e negras de todo o mundo.

SERVIÇO

Disponível na Netflix Brasil, África, América Latina, Estados Unidos, Reino Unido, Espanha, Portugal, Canadá, Austrália e Nova Zelândia

Direção e roteiro: Juliana Vicente
Duração: 15 minutos (cada um dos 26 episódios)
Classificação: Livre / Legendas em inglês

Notícias Recentes

Participe de nosso grupo no Telegram

Receba notícias quentinhas do site pelo nosso Telegram, clique no
botão abaixo para acessar as novidades.

Comments

Sair da versão mobile