A representatividade do negro na mídia foi tema do último painel da penúltima noite do Afro Presença, evento 100% online e gratuito focado na inserção de pessoas negras no mercado de trabalho.O evento focado na inclusão profissional de pessoas negras é fruto da parceria do Pacto Global da ONU e Ministério Público do Trabalho.
O painel foi composto por Christiane Pinto, gerente de estratégias do Google, Hélio de La Peña, ator, redator, escritor, roteirista, apresentador e humorista, Jonathan Haagensen, ator, modelo e cantor e Val Perré. A mediação ficou por conta de Felipe Silva, copywriter (Y&R), fundador da Escola Rua e professor da Miami Ad School. Felipe começa o painel falando sobre seu projeto social que é a primeira escola de publicidade gratuita do país com foco na inclusão negros, mulheres e comunidade LGBTQ+. “Agora em 2020 pude estar em uma empresa que é a Y&R, que me proporcionou criar o Escola Rua, que era um projeto que eu tinha há quatro anos e não consegui implementar em nenhum lugar por onde eu passei”, explicou Felipe.
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O grupo de artistas e comunicadores falaram sobre a importância depessoas negras contarem as próprias histórias.
Jonathan chegou a dizer que tem recusado trabalhos por se negar em fazer os papéis estereotipados de sempre. “Eu vi que basicamente, todos os meus personagens eram estereotipados , eles eram clichês e atingiam a demanda do saltava os olhos da cultura branca”, disse o ator de Cidade de Deus .
“Dentro da minha novela o ator branco tinha uns três ou quatro comerciais a mais . A dramaturgia da novela dá muita cena para esse ator que faz a propagando do carro, ele tem que fazer cenas boas para que o produto tenha boa visibilidade. Isso tem a ver com eu não ser protagonista”, explicou Val Perré
Helio de Lã Penha defendeu a atualização da história de algumas personalidades negras e a “reapresentação de personagens”como o comediante Mussum. “As piadas dele elas iam muito além do ‘ cacilds ‘. Quando nos Trapalhões ele era chamado de macaco, ele respondia. As pessoas que estão contando a história estão parando no meio”, acredita o Casseta que também destacou a importância da comunidade negra participar de novas plataformas na Internet devido ao declínio da TV.
Sobre marcas, Chris Pinto do Google acredita que elas moldam a sociedade tanto quanto as novelas. “A marcas precisam parar de tratar a população negra como nicho, só lembrando da gente quando é o mês da consciência negra ou escolhendo uma mulher negra no dia da mulher”, destaca a gerente.
A integra do painel está disponível aqui https://www.youtube.com/watch?v=NCX_pX2CxU0&ab_channel=UOL