O espetáculo “A Saga de Dandara e Bizum a Caminho de Wakanda” estreia em outubro nos SESCs do Rio de Janeiro e traz diversas referências históricas da cultura negra, entre o ancestral e o futurista. A montagem é inédita e narra a história de duas crianças que vivem em uma periferia do Rio de Janeiro no ano de 2080, um quilombo chamado Palmares e decidem partir numa viagem sem volta com a missão de salvar o mundo de todos os males e fazer o sol voltar a brilhar. Entre muitos desafios, reviravoltas e aventuras elas precisam encontrar o caminho até Wakanda.
O espetáculo tem direção e texto de André Lemos, o primeiro artista negro a ganhar o prêmio Shell de Teatro na categoria Direção em 2019. No elenco Reinaldo Junior, Juliane Cruz, Tati Villela, Tarso Gentil e Wayne Marinho. O espetáculo tem como uma das principais missões socioeducativas reforçar referências da história do povo negro que é constantemente apagada, dando um olhar representativo principalmente para crianças e jovens.
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Poesias da escritora Conceição Evaristo compõem a saga que aborda diversos temas como: respeito ao próximo, igualdade de gênero, racismo estrutural, tolerância religiosa, colonização cultural, representatividade, ancestralidade, entre outros.
“A gente vive um momento de retrocesso cultural e social. Esse espetáculo vem como uma potência de um trabalho de base para as nossas crianças e jovens, trazendo possibilidades de novas referências, de contar a história por novos pontos de vista”, conta André.
A idealização é do coletivo artístico “Confraria do Impossível”, que entra em um universo infantil pouco explorado e fundamental para um futuro de médio a longo prazo, trazendo um trabalho inovador, crítico e educativo para que as crianças e jovens possam se sentir cada vez mais representados e os ajude a se tornarem adultos mais conscientes.
“Desde sempre a gente é obrigado a consumir criações que não nos representam. A tipificação de heróis brancos, a demonização e a intolerância com a cultura preta e espiritualidade. Esse trabalho vem com objetivo de tentar destruir um pensamento coronelista que é imposto na nossa cultura desde sempre. A gente traz referência da cultura ancestral, como os orixás, o que eles realmente representam, a Cultura Negra Pop, como Pantera Negra, Wakanda e entre outros”, destaca o Diretor.
Confraria do Impossível – A Confraria do Impossível é um coletivo artístico negro empresarial que intervém nas ruas, espaços culturais e transportes públicos na cidade do Rio de Janeiro desde 2009 e visa o trabalho com a arte, a cultura e a educação como forma de reflexão, transformação, aprendizado e conscientização social. Desde 2015 a Confraria do Impossível se mantém de forma independente e autônoma com atividades ininterruptas.
Em 2018, a Confraria do Impossível foi indicada ao prêmio Shell de teatro no Rio de Janeiro (considerado o mais importante do país) com o espetáculo “Esperança na Revolta” nas categorias autoria, música e direção, tendo levado o último, que quebrou um histórico de nunca antes um diretor negro ter ganho nesta categoria em 31 anos de história da premiação.
Programação:
05 de outubro – SÁB / 15h Sesc Duque de Caxias
06 de outubro – DOM / 15h Sesc Barra Mansa
12 de outubro – SÁB / 16h Sesc Niterói
13 de outubro – DOM / 16h Sesc Nova Iguaçu
18 de outubro – SEX / 14h30 Sesc Ramos
20 de outubro – DOM / 16h Sesc Engenho de Dentro
27 de outubro – DOM / 16h Sesc Teresópolis
03 de novembro – DOM / 16h Sesc São João de Meriti